CIC

Praticando cidadania

Escrito por Magaléa Mazziotti

A coleção de medalhas que os atletas Cintya Araújo, 10 anos, e Gabriel Roberto Pereira de Assis, 9 anos, exibem orgulhosos é só uma parte da série de conquistas que acumula o grupo que pratica gratuitamente karatê na Escola Municipal Otto Bracarense Costa, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O projeto do atleta faixa preta Sensei 3º Dan João Adilson Proencio, 41 anos, em seis anos passou de quatro para 70 atendidos via programa Comunidade Escola, que prevê parcerias de diversos tipos para a realização de atividades socioeducativas.

Os dois campeões estão desde o início do projeto com amplo apoio da família, a ponto dos pais também aderirem ao projeto. “Faltam as mães”, observa a diretora Karla Kuehne, que reconhece a boa vontade do professor Adilson para atender tantas pessoas. “Mesmo com extrema dedicação dele, temos fila de espera porque quem começa não desiste mais das aulas de karatê”, explica. O envolvimento do professor é tanto que ele abriu mão de aulas onde é remunerado para ampliar o número de aulas. “Não tem dinheiro que pague ver pessoas engajadas e que evoluem com todos os princípios do karatê estilo Goju Ryu (Força e Flexibilidade), principalmente, no que se refere a respeito e cidadania”, defende Proencio.

O envolvimento do professor é tanto que ele abriu mão de aulas onde é remunerado para ampliar o número de aulas. Foto: Giuliano Gomes.
O envolvimento do professor é tanto que ele abriu mão de aulas onde é remunerado para ampliar o número de aulas. Foto: Giuliano Gomes.

É na secretaria da escola que alunos da instituição e pessoas da comunidade se inscrevem para tentar frequentar as aulas. O único requisito é a idade: a partir de seis anos. Mas os recursos provenientes do poder público são bastante limitados: alguns colchonetes e uniformes usados que não podem ser usados em competições oficiais. Outros materiais, lanches eventuais e os custos de deixar a escola aberta depois dos horários das aulas são arcados pelos pais e pela própria instituição.

A mãe da Cintya, Sandra Aparecida de Souza, afirma que a família busca não frustrar o sonho da pequena atleta, que já é campeã brasileira e sul-americana de karatê em sua categoria. “Além do talento que descobrimos, o esporte fez sumir a bronquite dela e melhorou ainda mais suas notas. O único problema é a falta de patrocínio. já que as viagens, inscrições e uniformes de competição são muito caros”, avalia Sandra. Ela até criou uma página no facebook (https://www.facebook.com/pages/Cintya-Araujo/610090489108730?fref=ts) para divulgar as conquistas da filha e receber apoio financeiro.

A mãe de Gabriel, Tatiana Mara Pereira, também comenta a mesma dificuldade. “É alto o custo de levar para competições, mas os benefícios do karatê são incríveis”, pondera.

Serviço

Quem quiser informações sobre as aulas ou contribuir com o projeto pode entrar em contato com o professor ou com a escola pelos seguintes meios:

Facebook do professor: https://www.facebook.com/naha.karategojuryu

Telefone e email do professor: joaoadilsonproencio@hotmail.com ou (41) 9700-0022

Escola Municipal Otto Bracarense Costa: (41) 3314-5055

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Sobre o autor

Magaléa Mazziotti

(41) 9683-9504