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SOS Saldanha

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Comerciantes do trecho de calçadão da Rua Saldanha Marinho que corta o Centro da capital não veem a hora do projeto de revitalização da via sair do papel. Quem trabalha por lá reclama da violência e da falta de estrutura, que afasta clientes e novos investimentos. Desde o ano passado, o comércio local debate o assunto. No início dessa semana, o vereador Jorge Bernardi chegou a anunciar que uma reunião entre representantes dos lojistas e o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc) estava próxima de ser marcada, mas até agora nada aconteceu.

De acordo com Bernardi, a ideia é revitalizar o trecho da Saldanha Marinho entre a Rua Visconde de Nacar e a Catedral. “Trata-se de importante rua comercial e histórica, esquecida pelos projetos das últimas administrações municipais. Falta rebaixamento da iluminação, câmeras de segurança, melhoria da pavimentação e das calçadas, entre outras ações”, diz o vereador.

A principal reclamação por parte dos comerciantes da Rua Saldanha Marinha é em relação à violência e às drogas. E a bronca tem justificativa. Enquanto a reportagem dos Caçadores de Notícias estava no local, uma equipe da Guarda Municipal abordava um suspeito de tráfico de drogas. Perto do ponto onde ocorreu a abordagem, os oficiais encontraram pelo menos 80 pedras de crack.

Segundo o guarda municipal Rosni, que participou da ação, a região da Saldanha Marinho é conhecida pelo constante movimento de traficantes e usuários de drogas. “Realizamos ações diárias aqui nesse ponto e sempre fazemos apreensões e prisões. O mais impressionante é que a criminalidade por aqui não acaba, mesmo com nossas equipes fazendo rondas todos os dias”, conta.

A comerciante Zoraide Gemenezes da Costa é dona de um salão de beleza há 50 anos na Saldanha Marinho. Ela afirma que a violência é o maior problema da região. “Todos os dias eu jogo fora pedras de crack que os traficantes deixam escondidas na minha porta. E todos os dias a polícia passa por aqui, aborda, prende, mas os bandidos continuam”, explica.

Para Dona Zoraide, além da segurança, a iluminação e o calçamento do calçadão da Saldanha Marinho precisam ser melhorados. “Até tem iluminação, que é bonita, mas precisa ser mais forte. Esse calçamento de pedras portuguesas também é antigo, talvez seja legal colocar outro piso, um mais moderno”, relata.

Proprietário de uma loja de ferragens, Bernardo Dombrowski afirma que o local já foi muito pior, mas uma nova revitalização seria importante para a valorização do comércio da região. “A região já foi muito pior. Melhorou, mas precisa melhorar mais pra voltar a atrair a população e novos clientes. Ninguém quer mais investir aqui. Não se abre mais nenhum tipo de estabelecimento. Passou do tempo pra olharem de novo pra Saldanha Marinho”, conclui.

Projeto

Por meio da assessoria de imprensa, o Ippuc informou que o projeto de revitalização da Rua Saldanha Marinho ainda está em fase de elaboração e ainda não tem data para ser apresentado e executado.

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– Você conhece a região do calçadão da Rua Saldanha Marinho?

– Já viu cenas de violência e uso de drogas por lá?

– O que deve ser feito pra tornar a Saldanha mais atrativa?

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