Capão da Imbuia Curitiba

Estado lastimável

Escrito por Magaléa Mazziotti

O Complexo Esportivo do Tarumã, no Capão da Imbuia, endereço da Secretaria Estadual de Esporte e Turismo, não é o que se espera de uma boa administração do bem público. Apesar de vidros, espelhos e telhados quebrados, mato alto, entulhos, iluminação pública deficiente e até uma sala usada para a academia interditada, o espaço é amplamente usado pela comunidade.

É fácil encontrar pessoas que praticam atividades físicas há muitos anos no complexo. As alunas da aula de ginástica da terceira idade Deuzira Aparecida Joly, 58 anos, Dirlei Nieneitz, 65, e Odilacir Leitão, 75, são exemplos disso. Enquanto Deuzira e Dirlei já possuem quatro anos de atividades regulares no local, Odilacir está na turma há 15 anos. “A aula é muito boa e acaba compensando o abandono dos últimos tempos”, avalia Deuzira.

Na sala, o espelho está quebrado e algumas janelas também. Mas o pior está no caminho até a porta, localizada atrás do Complexo do Tarumã, que faz fundos com outro terreno que virou lugar para descarte de entulhos. “Além do mau cheiro, ainda estimula a proliferação de ratos e outros bichos”, conta Dirlei. Para a mais veterana da turma, Odilacir, a falta de cuidado é desperdício de dinheiro público. “Não dá para entender como existe dinheiro para fazer e não existe para manter”.

Olimpíada
As reclamações não se restringem apenas a esse espaço. Mãe de um atleta da ginástica olímpica, Natalina de Oliveira, 51, reclama da falta de banheiros. “No ginásio da ginástica, os pais são proibidos de usar por falta de funcionários da limpeza. O jeito é emprestar o do ginásio do vôlei”, comenta. Natalina mora longe do complexo, o que torna mais complicada a falta de banheiro. “Em dias de treino eu saio às 6h de Pinhais e fico aqui até o meio-dia. Não tem como não usar o banheiro”.

Além disso, frequentadores que só podem ir ao local à noite reclamam da escuridão, porque as luzes são apagadas.

No escuro

Sobre a falta de iluminação, esses espaços devem ser usados apenas em horário comercial. Foto: Gerson Klaina.
Sobre a falta de iluminação, esses espaços devem ser usados apenas em horário comercial. Foto: Gerson Klaina.

Sobre a falta de iluminação, especialmente nos fundos do complexo, a SET explicou que apesar de conter vários equipamentos esportivos, o local é a sede administrativa da secretaria e esses espaços devem ser usados apenas em horário comercial, por contingência de despesas, assim como os demais órgãos do governo estadual foram instruídos. Ainda assim, o horário está sendo estendido até o início da noite. Já a administração dos banheiros do Ginásio da Ginástica Olímpica, segundo a SET, fica a cargo da Federação de Ginástica Olímpica.

Vai demorar pra melhorar

A Secretaria de Esporte e Turismo (SEET) disse que algumas ações já foram tomadas, como a roçada do mato, e troca de vidros e espelhos quebrados, dependem da liberação do orçamento pela Secretaria Estadual da Fazenda. Os problemas foram justificados pelo encerramento de contrato e mudança do titular. O atual secretário, Douglas Fabrício, tomou posse em 5 de fevereiro.

Quanto aos entulhos acumulados próximo à sala da terceira idade, a assessoria explica que “a mobília não utilizada está em um processo de baixa no patrimônio para ser doada ou descartada, o que deve ocorrer nas próximas semanas”. Segundo a Secretaria, o procedimento cumpre exigência legal, já que é necessário fazer o inventário antes de promover a destinação final.

Ginásio

A Secretaria explicou que, dos três ginásios do complexo, “dois estão em boas condições, funcionando em convênios, um para a escolinha de vôlei (projeto do técnico Bernardinho via Instituto Compartilhar) e outro para a equipe de ginástica olímpica (cuja responsabilidade é da federação)”. O terceiro ginásio precisa de reparos, assim como parte do prédio administrativo.

Alunas de ginástica da terceira idade driblam mato pra chegar à sala. Foto: Gerson Klaina.
Alunas de ginástica da terceira idade driblam mato pra chegar à sala. Foto: Gerson Klaina.

Mesmo erguido na década de 1990, o espaço nunca recebeu grande reforma. De acordo com a SEET, o levantamento das necessidades emergenciais, bem como a elaboração dos orçamentos e análise dos custos estão sendo feitos pelo novo secretário, que encaminhará para a Secretaria da Fazenda, responsável por analisar a possibilidade de reforma.

 

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Magaléa Mazziotti

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