Insegurança, falta de manutenção e buracos na pista de caminhada são entraves encontrados no Parque Náutico do Boqueirão por quem tenta curtir uma tarde ao ar livre ou fazer os exercícios diários. Os assaltos, que já eram comuns, se tornaram ainda mais frequentes depois que o posto da Guarda Municipal do local foi desativado.
“Faz um mês que fecharam o posto e não tem nenhum guarda aí. Aqui rola prostituição, assalto, uso de drogas e agressão em plena luz do dia. Já tive que chamar o Siate para gente que levou bordoada na cabeça”, relata uma frequentadora, que preferiu não revelar seu nome. Segundo ela, motoristas param o carro no parque para ter encontros com garotos de programa.
A massoterapeuta Amanda Kamura, 25 anos, diz ter medo de passar pelo lugar sozinha. “Já fiquei sabendo de meninas que foram estupradas aqui. Uma vez ficaram me seguindo com o carro aqui dentro. É perigoso”, diz ela, que só frequenta o local acompanhada de amigos.
Manutenção
A ponte e os trapiches do lago estão precários, o mato em volta pede para ser roçado. “Isso aqui está abandonado. É o local de treinamento da Confederação Brasileira de Canoagem e a segunda maior raia do Brasil, não podia estar desse jeito”, afirma uma frequentadora que não quis se identificar.
Pela pista de caminhada, há buracos no antipó. “Está faltando manutenção na pavimentação asfáltica e roçamento. Os carros desviam dos buracos, e nós pedestres que temos prioridade, acabamos tendo que passar dentro do buraco”, conta o professor Luís Alberto Granato, 41. Segundo ele, há um odor de esgoto que incomoda quem faz atividade física.
O ciclista e frequentador Moacir Fachini mobilizou os colegas de pedalada e organizou uma manifestação para reivindicar melhorias. “Liguei pro 156 pedindo recapeamento do antipó, iluminação em todo entorno do lago, ronda constante da Guarda Municipal e manutenção ininterrupta das roçadas e podas de árvores”.
Promessas de melhorias
A Guarda Municipal (GM) informou que tem realizado rondas intensivas no local através do Núcleo Boqueirão e que o módulo do parque passará por reforma. A empresa vencedora da licitação deveria ter iniciado os trabalhos na última semana. “Em breve, também será instalado um módulo itinerante da GM no local”, revelou.
Sobre a infraestrutura, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) afirma que há uma série de estudos para melhorias na iluminação, deques e trapiches, porém sem cronograma definido. “Em relação à pista de caminhada, o asfalto está temporariamente comprometido pelos caminhões que passam para nivelar o terreno, que servirá para atender eventos de grande porte. Após o término dessa obra, o asfalto será recuperado.”
A roçada no local é realizada uma vez por mês. “Houve um atraso na programação em função dos novos contratos de manutenção, mas em no máximo 15 dias a situação estará normalizada.” Sobre o mau cheiro, a SMMA afirmou que as edificações do parque são atendidas por fossas sépticas, que são limpas quinzenalmente por empresas especializadas.
