E a picanha? Carne de frango promete dominar o mundo até 2030

Paraná é um dos maiores fornecedores de frango para o mercado internacional, com abate de 2 bilhões de cabeças por ano

A carne de frango não está entre as minhas preferidas. Reconheço o seu valor, suas propriedades e qualidades, seu sabor e, principalmente, o preço atrativo. Atualmente, outras proteínas, principalmente carneiro, atraem mais o meu paladar. Mas, parece que eu estou na contramão da maré. Afinal, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a população mundial estará consumindo mais frango que qualquer outra carne até 2030.

Daqui oito anos o consumo de carnes no planeta, provavelmente, vai estar desenhado assim: frango com 41%, suíno na beira de 34%, bovinos na casa dos 20% e ovinos com apenas 5%. Os peixes, inexplicavelmente, não entram na conta. Por falar em nisso, você conhece o peixe paranaense que está conquistando o paladar gringo?

Essa ascensão mundial do frango passa por uma série de motivos. Alguns conhecidos do nosso dia a dia, como a alta dos preços das carnes. No Brasil, com a inflação corroendo o salário das pessoas, o consumo desta carne branca disparou, e deve fechar 2022 como a proteína mais consumida, com 51%, à frente da bovina (34%) e da suína (15%). Esse movimento, considerando o cenário econômico atual e futuro, deve permanecer, com as famílias deixando de lado as carnes vermelhas, que pesam mais no orçamento, para investir no frango (não podemos esquecer dos ovos, que também registram aumento significativo de consumo).

Ainda, nesta ascensão do frango, pesa questões religiosas. Em algumas partes do planeta, comer suíno ou bovino é proibido. Na Índia, a vaca é um animal sagrado. Ou seja, mais de 1,3 bilhão de pessoas a menos para consumir carne bovina. Nos países muçulmanos, a carne de porco é considerada impura, maligna e ilegal, ou seja, proibida. Mais algumas centenas de milhões de pessoas deixando de consumir a carne suína. Por outro lado, o frango não conta com restrição religiosa, o que faz dele unanimidade independentemente do crédulo do consumidor.

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Ainda é preciso colocar nesta conta a questão de saúde. De forma alguma qualquer tipo de carne faz mal (mal é ficar sem comer carne, já diz um amigo meu). Mas a carne branca tem ocupado cada vez mais espaço no prato das pessoas que buscam hábitos mais saudáveis. Essa mudança no consumo também pesa na balança a favor do frango, que abocanha mais uma parcela dos consumidores.

Para parte significativa dos produtores rurais do Paraná, esse cenário é interessante. Isso porque o Estado é o maior produtor e exportador de frango do país. Em 2021, o Paraná abateu 2 bilhões de cabeças de frango. Ou seja, qualquer parte do Brasil ou do mundo que deseje frango, independentemente da religião ou da condição financeira, o Paraná está a postos para vender. Hoje, países como China, Japão, Emirados árabes, Arábia Saudita e a União Europeia já figuram entre os principais destinos do frango paranaense.

Independentemente do animal, o importante é que as pessoas possam ter condição de comprar algum tipo de carne para incluir na refeição. E para isso, o cidadão urbano pode contar com os pecuaristas, que produzem em escala e com qualidade, dentro das boas práticas, para garantir aquele frango assado, a paleta de cordeiro, a alcatra do churrasco, o pernil para o sanduíche ou os filés de tilápia para a moqueca.

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