No Imperial, o parmegiana é tão macio que se corta de colher

Foto: Eloá Cruz.

Existem alguns restaurantes de Curitiba que podemos dizer que são verdadeiras joias para a cidade. Vou ser direta aqui, sem rodeios: o Restaurante Imperial, que completou em setembro 59 anos, é um daqueles lugares que você se encanta com o atendimento, com a qualidade e com o sabor dos pratos.

Já há algum tempo penso em escrever sobre ele aqui na coluna Rango Barateza. Por ser um restaurante tradicional, com menu com mignon e carnes nobres, não imaginei que poderia ser perfil barateza. E aí muitas vezes eu me engano. Apesar da casa oferecer um menu com preços mais altos que os lugares mais populares, dá sim para comer muito bem gastando R$ 25 ou R$ 30, por exemplo, sem bebidas.

A novidade da casa é que agora no mês de novembro o Restaurante Imperial volta a abrir no período noturno. A casa já chegou a funcionar para jantar anos atrás, até 2011. A recente revitalização do Centro, que aos poucos traz segurança, fez o proprietário Sergio Chueh, 49, abrir o restaurante para porções, petiscos e também para as famosas carnes e pratos do cardápio.

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O Rango Barateza recebeu um convite generoso do restaurante e foi conhecer de perto. Chegar pela discreta portinha que fica na José Loureiro e entrar no salão amplo e muito bem decorado. A boa iluminação e a simpatia dos garçons já dão o clima da casa, deixa a gente a vontade.

Não tem como conhecer o Imperial sem provar pelo menos algumas das opções de parmegiana – dizem que é o mais gostoso de Curitiba. Será que é o melhor da cidade, mesmo? Por indicação do Sergio, pedi o famoso parmegiana de mignon e provei também o de peito de frango. O prato pequeno na verdade é bem robusto e dá para dividir em duas pessoas se a fome não for gigantesca ao ponto de comer a mesa. O parmegiana pequeno de mignon, com fritas e arroz sai por R$ 84,90. O de frango pequeno [que é até um pouco maior que o de mignon] também dá para dividir em dois e acaba ficando por R$ 59,90 – ou seja, por R$ 30 se come bem no Imperial.

Essa é a porção pequena do parmegiana de mignon. Como dá para ver na foto, vale até a pena dividir com alguém – se a fome não for gigante. Foto: Eloá Cruz.

Arroz soltinho, batatinha sequinha e quentinha e o parmegiana. Gente, que delícia. Estou relembrando o sabor dele e salivando aqui. O que deixa o prato especial no Imperial é uma junção de vários fatores: o mignon macio, num filé levemente batido e um pouco alto, servido no ponto que você desejar. O empanado é bom e esconde um segredinho: uma pastinha aromática de manjericão deliciosa.

Agora, o que me pegou de verdade é o molho de tomate. Nem ácido demais, nem leve demais, nem adocicado demais. Ele é consistente, tomatudo, apurado, que casa perfeitamente com a muçarela derretida e o toque de parmesão gratinado. O sal equilibrado, que não se sobressai mesmo com os queijos. Aquele molho delicioso que você combina com o arroz, e traz todo um sentido especial.

No parmegiana de frango não é diferente. Eu diria que ele não fica muito atrás do mignon. O frango vem suculento dentro do empanado, apesar de ser um filé um pouco mais baixo que o do mignon, acaba ficando maior no prato – e parece que vem até um pouco mais.

No cardápio há várias opções de parmegiana: tem polpetone de mignon recheado com queijo – a partir de R$ 59,90 o prato pequeno, até filé de pescada à parmegiana (a partir de R$ 64,90) e berinjela à parmegiana (R$ 59,90 a porção individual robusta). Para quem adora uma massa, dá para trocar o arroz por um linguine na manteiga. Outra dica é pedir o adicional de maionese da casa – que faz muito sucesso.

Foto: Eloá Cruz.

59 anos de história

O Restaurante Imperial é um dos mais antigos em atividade na região. Quem toca o negócio é o Sergio Chueh, que com a ajuda do pai, passou a tocar o restaurante em sociedade com o irmão Marcos no dia 1º de abril de 1997. Eles compraram o restaurante do fundador da casa, seu Vitoriano Souto.

“Meu pai era uma pessoa muito preocupada com a educação e o futuro dos filhos. A educação que ele nos deu foi a nossa maior herança, sempre pé no chão. Ele era frequentador do Imperial, um comerciante na região muito conhecido. Assumimos o restaurante. Eu na época era novinho, tinha 21 anos”, relembra com carinho o empresário Sergio.

Sempre curioso, Sergio aprendeu desde muito cedo a cozinhar com a mãe. Com 10, 12 anos há cozinhava praticamente sozinho. Quando apareceu a oportunidade e o Sergio passou a tocar o restaurante, as cozinheiras antigas ainda estavam no comando. O empresário passou a tomar conta das panelas mais para frente, a partir de 2015.

Pudim chamativo demais, por R$ 9,90. Foto: Eloá Cruz.

Seu irmão acabou se desligando da sociedade e a esposa do Sergio virou sócia do negócio. Dos tempos do seu Vitoriano para cá, algumas mudanças foram feitas no cardápio – mas 50% dele se manteve. “Algumas coisas acabamos tirando, que não saia mais. Outras colocamos, sempre numa linha tradicional, brasileira”, revela.

O parmegiana, conta Sergio, sempre esteve no cardápio. Com o passar dos anos, ele passou a ganhar destaque. Recebeu tanto espaço que hoje tem até premiação, festival. “A nossa parmegiana sempre fez sucesso. Fomos melhorando ela, em termos de qualidade. Melhoramos o molho, demos um toque de manjericão diferente. E o filé mignon nosso que é excelente, não é qualquer um”, conta Sergio, orgulhoso do sucesso do negócio.

Nos últimos anos, depois da pandemia, o público do Imperial passou a mudar. Com as redes sociais, uma turma mais jovem passou a frequentar mais o restaurante – interessados em provar pratos saborosos e ao mesmo tempo bem generosos. O sabor, a qualidade e a fartura fez o Imperial virar pop.

Dos petiscos ao pão com bolinho

Para quem já conhece o Imperial, vale a pena conhecer também as opções de petiscos durante o jantar. Um chopinho, algum petisco para provar entre amigos, vale muito a pena.

Pão com bolinho especial. Foto: Eloá Cruz.

Um clássico curitibano que nunca sai de moda é o tradicional pão com bolinho. Por R$ 25 dá para provar a iguaria clássica. E durante o Festival do Pão com Bolinho de Curitiba, que começou dia 5 e vai até dia 25 de novembro, o pão com bolinho especial da casa também fica por R$ 25.

E foi o pão com bolinho especial que provei: pão d’água da Panificadora Camponesa, macio, fofinho e delicioso, queijo muçarela derretido, um baita bolinho de 200g feito com mignon moído e servido ao ponto, e maionese caseira da casa de alho com cebolinha. É um baita lanche, uma super refeição, por um preço que vale a pena.

E que tal um peixinho frito, à milanesa? Todos os frutos do mar, peixes e petiscos são fornecidos pela Peixaria São José ao Imperial. Interessado em valorizar os negócios familiares da região, Sergio faz questão de contar quem são seus fornecedores.

Fome de Restaurante Imperial?

Foto: Eloá Cruz.

O Restaurante Imperial fica na Rua José Loureiro, 111 – sobreloja, Centro. Funciona de segunda a quinta, das 11 às 15h30, e das 18 às 22 horas. Às sextas, das 11 às 15h30, e das 18 às 23 horas. Aos sábados apenas no almoço, das 11 às 16 horas. Fecha aos domingos. Tem estacionamento conveniado, não realiza delivery.

CONFIRA O MENU COMPLETO DO RANGO BARATEZA:

Sanduíches;
Sopas;
Pizzas;
Massas;
Doces e sobremesas;
Salgados;
Pratos feitos;
Carnes;
Petiscos;
Buffet.

Tem dicas de Rango Barateza? Manda aí!

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