Carne de onça e frutos do mar: boteco em Curitiba vira ‘gastrobar’ barateza

Foto: Eloá Cruz.

Um simples boteco raiz no Bairro Alto esconde preciosidades no cardápio. O Bar do Dudu é uma excelente dica para quem gosta de boas surpresas. Nesta última semana, o Rango Barateza aproveitou a sugestão de uma leitora para conhecer uma proposta super interessante de ‘gastrobar’, mas num estilo bem simples e barateza – do jeito que a gente gosta.

Pois bem. O Bar do Dudu é aquele boteco simples, de bairro, com uma prateleira de cachaças, cerveja gelada, uma estufa de salgados, alguns tira-gostos. E bem ali em cima do balcão, sem muita atenção, um cardápio ‘esconde ouro’ com opções de petiscos.

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Do clássico bem feito aos pratos um pouco inusitados. Da estrelinha Carne de Onça (R$ 22) ao bolinho de carne (R$ 6), ou quem sabe algo mais diferente, como um buchinho a milanesa (R$ 22) – porção vem generosa, maior que da foto logo abaixo. Os clássicos de boteco fazem parte do menu do Bar do Dudu, alguns fixos outros ideias do chef durante a semana.

Sempre que possível, o chef da cozinha ‘brinca’ com algo diferente para o dia. “A sugestão do chef” é bem livre e garante o retorno da clientela. Quem comanda os preparos é Rodger Weiss Gomes, de 47 anos, cozinheiro há mais de 20 anos. “Eu me formei no Senac. Trabalhei em hotéis, como o Bourbon, depois para o Délio Canabrava, na Cantina do Délio. Fiquei 12 anos com o Délio, depois Jacobina. Resolvi montar depois uma casa de assados, acabei desativando e vim pra cá”, conta o cozinheiro.

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Agora, no Bar do Dudu, Rodger cria toda semana coisas novas, às vezes clássicos de boteco, outras preparações um pouco inusitadas. “É comida de boteco. De carne de onça, a mocotó, clássicos. É um bar que tem bolinho de carne, pegada de frutos do mar, que aqui na região não tem. Às vezes viajo, trago alguma coisa inusitada, faço um caldo de peixe. Eu tenho aqui bastante liberdade para criação”, comenta o chef.

Com o novo cardápio assinado pelo Rodger, a turma do boteco já começou a entender a nova proposta de petiscos. Carne de onça às quintas e sextas, quartas com proposta bem livre – além do que está no cardápio fixo. Se tiver frio, algo com molho, caldinho”, explica o cozinheiro.

Ingredientes consagrados da cozinha brasileira, de boteco mesmo, com olhar e técnica do bom cozinheiro. Rodger faz toda a mágica na cozinha: transforma fígado em suculentos petiscos acebolados, bucho em pequenas milanesas servidas com vinagrete, mocotó em delicioso caldo, e por aí vai.

Gastronomia ‘fina’ de boteco

Democratizar a gastronomia tem sido uma bandeira fixa do blog Rango Barateza. Afinal, comer bem também é cultura e deve ser de fácil acesso a todos. Dos tempos de Bourbon, a restaurantes queridinhos de Curitiba, Rodger acumulou bagagem suficiente para entender que com boa técnica é possível entregar pratos incríveis.

Dudu e Rodger. Foto: Eloá Cruz.

“É ótimo quando a gente tem esse conhecimento. Eu fico muito feliz de fazer esse trabalho. Estou há seis, sete meses aqui numa caminhada. As ideias vão aparecendo. Algumas do início estão voltando e a cozinha está dando um movimento legal. Eu estou muito feliz com o bucho a milanesa, estou muito feliz com ele. É o nosso queridinho do cardápio. É o nosso campeão em vendas, a menina dos olhos”, esclarece.

Para garantir um sabor suave e textura crocante, Rodger criou o prato usando técnicas precisas. Faz uma fervura bem aromática na carne, para tirar aquele cheio característico do bucho. Nesse primeiro cozimento, louro, cebola, limão e uns segredinhos do chef. A água é descartada e então o bucho é fervido novamente.

Já com o bucho cozido, ele é preparado para ser empanado com farinha de rosca. Crocante por fora e macio por dentro.

No cardápio fixo, peixes e frutos do mar – de camarão a lula empanada. “Na pegada que eu fiz aqui, temos o camarão crocante, feito com o Sete Barbinhas. Quem estuda gastronomia sabe, ele é o melhor camarão em sabor. E é aquele camarãozinho da beira do mar. Então a gente empana e frita, fica muito legal também”, comenta.

Com tantos petiscos que deram certo, Rodger já não sabe “qual é o filho que gosta mais”. No fim da noite, o melhor mesmo é receber aquele elogio da clientela: o prato limpinho, vazio.

*Os valores do cardápio divulgados no post são de fevereiro de 2024 e podem sofrer alterações.

Bar do Dudu, bora?

O Bar do Dudu funciona de segunda a sexta, das 17 até às 22 horas. Aos sábados, das 11 às 18 horas. Fecha aos domingos. Fica na Rua Epaminondas Santos, 1055 – Bairro Alto.

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