“O Exorcista: O Devoto” não dá medo

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Cena do filme O Exorcista: O Devoto. Foto: Divulgação

Não importa qual é a sua geração. Todo mundo já ouviu uma história e sentiu medo quando o assunto era “O Exorcista”, lançado na década de 70, o longa completa 50 anos em 2023. Rodeado de polêmicas, o clássico caiu no gosto do público, da crítica e se tornou o primeiro filme do gênero horror a garantir uma vaga na categoria de Melhor Filme no Oscar. Mas assim como os boatos, o filme também está cercado por superstições, uma delas é o fracasso de suas sequências nas telonas e uma série – até que não ruim – lançada em 2016 com apenas duas temporadas.

Mesmo não sendo brasileiro, Hollywood não desistiu e novamente apostou na história. Primeiro para comemorar o quinquagésimo ano do primeiro filme e, claro, lucrar em cima. Desta vez a Warner Bros. não está envolvido na produção que ficou a cargo da Blumhouse, produtora especializada no gênero horror que garantiu os direitos da obra por nada mais e nada menos do que US$ 400 milhões. Isso mesmo, convertendo em reais, isso dá mais de R$ 2 bilhão. E detalhe, no contrato, a produtora terá que produzir três filmes, começando então com “O Exorcista: O Devoto”, que chegou aos cinemas de Curitiba na última quinta-feira (12).

A direção ficou por conta de David Gordon Green, mesmo diretor da última franquia Halloween. O cineasta também assina o roteiro junto com Peter Sattler (Marcados pela Guerra) e Scott Teems (Halloween Kills – O Terror Continua).

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Foto: Divulgação

Com uma baita responsabilidade, Green parecia ser o cara certo para reviver uma clássica obra de sucesso. Não podemos deixar de parabenizar pelo o que foi Halloween (2018), o cineasta conseguiu atrair a atenção do público e dos críticos com o sanguinário Michael Myers. Mas como eu disse aqui no começo no parágrafo, “parecia”, no pretérito imperfeito, porque “O Exorcista: O Devoto” começou com o pé esquerdo.

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Um bom amante do cinema sabe que não podemos criar expectativa com trailer de filme. Principalmente do gênero horror. No entanto, quem não ficou animado com as divulgações do novo “O Exorcista”? Tinha tudo para ser o filme do ano. A começar pela história. Ao invés de uma menina possuída, “O Exorcista: O Devoto” vai além e conta com possessão de duas amigas. A trama é simples e convincente: as meninas se perdem no meio de uma floresta e são encontrada três dias depois.

Mas a missão de Green, Sattler e Teems em contar esta história não deu boa. Com um longa de menos de duas horas, o grande problema de “O Exorcista: O Devoto” já começa aqui, no roteiro. A trama não se desenvolve, não instiga e não aprofunda nas tramas das duas amigas e de outros personagens.

Green também não soube aproveitar a direção, o novo Exorcista se arrasta, torna a principal cena, do exorcismo, desgastante, tediosa e bizarra.

E a gente sabe – e ama – que o melhor de “O Exorcista” está na sua a estética. A maquiagem, é a cena de uma cama mexendo, um objeto caindo sozinho, uma menina andando de costas, um vômito feito de leite com abacate. Não precisamos de uma fumaça colorida criada de forma amadora em computador.

O Exorcista. Foto: Divulgação

“O Exorcista: O Devoto” não dá medo, causa decepção. Enfim, a superstição continua, mas eu tenho esperança que algo melhore para o “O Exorcista 2”.

Avaliação: ⭐⭐
Pra quem curte: Terror
Pra ver com: Amigos
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