‘Hebe: A Estrela do Brasil’ mostra o lado ativista da apresentadora

Cena do filme 'Hebe: A Estrela do Brasil'. Foto: Divulgação/Warner Bros

Autêntica, uma mulher à frente de seu tempo, Hebe Camargo foi uma das maiores artistas do Brasil – seja pela sua espontaneidade, por seu carisma, por sua admiração ou por seu amor ao povo brasileiro. E, como homenagem, hoje estreia a cinebiografia Hebe: A Estrela do Brasil, longa que conta uma parte muito importante da carreira da apresentadora.

Após o fim da Ditadura Militar no Brasil e da censura, o longa mostra os impasses que Hebe passou para se realocar no mundo do entretenimento. Sempre exuberante, o filme também mostra os percalços pessoais da artista, além de suas reflexões sobre a grande crise econômica do país, a corrupção no âmbito político, o posicionamento submisso das mulheres, o preconceito contra os homossexuais, pobres e aposentados.

Assista ao trailer:

Belo e emocionante, Hebe: A Estrela do Brasil consegue encantar o espectador com atuação exemplar de Andréa Beltrão, a atriz que deu vida à “rainha da televisão brasileira”. A intérprete global não é caricata e, mesmo assim, consegue trazer todos os trejeitos, bordões e simpatia com os quais Hebe era conhecida.

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O roteiro de Carolina Kotscho, mesma escritora do filme 2 Filhos de Francisco, peca no dinamismo, na construção do clímax, porém apresenta uma linearidade plausível. Outro destaque vai para o cuidado estético. Há quem diga que o retrato de Hebe criado no filme é totalmente diferente do que se conhecia realmente.

Andréa Beltrão como Hebe e Stella Gonçalves como Dercy Gonçalves. Foto: Divulgação/Warner Bros.

Kotscho, na verdade, não reinventou nada, apenas “aflorou” o lado ativista da apresentadora. Quem já assistiu à entrevista de Hebe no programa da TV Cultura, Roda a Vida, em 1987, pode concluir o lado de defensora das causas sociais dela.  Fora isso, o filme é extravagante, brilhante e luxuoso igual à vida da artista.

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Por sua vez, a direção de Maurício Farias é divertida, dinâmica, delicada, porém com alguns problemas de ritmo. As cenas rápidas, diálogos poucos profundos e fechamento ríspido fazem o longa perder sensibilidade, emoção e reflexões.

Andréa Beltrão como Hebe e Otávio Augusto como Chacrinha. Foto: Divulgação/Warner Bros.

Mesmo assim, Hebe: A Estrela do Brasil é uma ótima homenagem à artista e reproduz toda a luta da maior apresentadora que utilizou toda a sua vida para combater os problemas sociais, defender as minorias e os direitos das mulheres. De fato, como foi dito no primeiro parágrafo, ela realmente era uma mulher além do seu tempo.

Avaliação: ⭐⭐⭐
Pra quem gosta:
 biografia
Pra assistir: 
amigos, crush, família e sozinho
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