Eu sempre sonhei em ser mãe. E, como grande parte das pessoas que também sonham com isso, desejava ter um casal — de preferência, um menino primeiro e depois uma menina. Foi exatamente o que aconteceu.
O Bernardo chegou e, apenas 16 meses depois, a Laurinha deu o ar da graça por aqui. A minha principal motivação para ter filhos sempre foi a ideia de que todo mundo deveria ter um irmão. Irmão, pra mim, é (ou pelo menos deveria ser) um companheiro para a vida inteira.
Rolezinho de Família #2: Espaço Kids, recreação e carnes no ponto perfeito
Alguém que te conheceu pequenininho, lembra do dia em que você ganhou aquela cicatriz na perna — e talvez até tenha contribuído um pouco pra ela —, alguém que esteve ao seu lado nas brigas, nas crises da adolescência, nas fases boas e ruins. Irmão é presença constante: desde sempre e, se Deus quiser, para sempre.
Foi com esse pensamento que eu e o Eduardo decidimos ter o segundo filho. O que eu não esperava era que a minha segunda filha fosse uma ressignificação da maternidade para mim. O primeiro filho é uma grande incógnita. Durante as 40 semanas de gestação, a gente não faz ideia do que esperar. Ele é um universo inteiro que se abre diante da gente.
+ Rolêzinho de família #1– Espaço kids e pizzas leves (e deliciosas)
Toda a dinâmica da mãe, do pai, da família muda quando o primeiro filho chega. Já com o segundo, a família toda apenas se ajusta. A mudança acontece, mas é muito mais tranquila. Ouvi certa vez que o primeiro filho é de cristal: a gente morre de medo que ele quebre. Parece que tudo pode afetá-lo, que ele é mais frágil do que realmente é. Já o segundo, por aqui, é de borracha. É resistente, flexível, e se adapta com muito mais facilidade.
Não é que a gente não tenha o mesmo amor ou cuidado — o amor, aliás, só cresce. Mas aquele cuidado em excesso, aquele zelo exagerado que a gente se impõe com o primeiro filho — muitas vezes sem necessidade — simplesmente não cabe mais na rotina com o segundo. A vida já não nos permite.
O dia que sentei pra tomar um café com a minha maternidade – e minha melhor amiga
A minha segunda filha parece que já veio pronta pro mundo. Com menos tempo e energia, aprendemos a fazer alguns malabarismos pra dar conta de tudo. E, sem querer, isso acaba exigindo que o segundo filho desenvolva habilidades mais rápido: comer e dormir com um pouco mais de autonomia, dividir a atenção dos pais, os brinquedos e até o próprio quarto — como é o caso aqui em casa.
Além de tudo isso, ele ainda precisa lidar com os carinhos e brincadeiras (nem sempre delicados) do irmão mais velho, que está aprendendo a controlar a força e a coordenação motora. Sem que a gente perceba, o segundo filho se torna mais independente. E, com ele, a gente também aprende a ser mãe de um jeito mais leve. E quando eu olho os dois juntos — ela sempre risonha, ele correndo pela casa imitando um dinossauro — eu só consigo pensar: acertamos.
+ Leia mais: Da mãe do mordido à mãe da mordedora: um plot twist chamado maternidade
Mesmo quando estamos exaustos, com olheiras e funcionando com a energia na reserva, nosso coração está quentinho. Porque, no fim das contas, não ganhamos só filhos.
Ganhamos uma dupla dinâmica. E, com sorte, um não vai bater (muito) no outro quando crescer.
