Um bar surpreendente, fora de série e com jeito de casa de vó. No bairro mais gastronômico de Curitiba, em Santa Felicidade, um boteco está se destacando pela forma honesta e apetitosa ao extremo, que deixa qualquer cliente satisfeito. O Botega, com quase quatro anos de fundação, é resultado de muito esforço de uma família que não dá espaço para a preguiça, e acredita na força do trabalho para alcançar desejos e conquistas.
O Botega está localizado na tradicional Avenida Manoel Ribas, próximo ao Colégio Estadual Professor Francisco Zardo. Uma região próspera, comércio forte e eterna relação com os italianos que fizeram do bairro uma potência internacional na área da alimentação. E o legado segue bem feito com os bares, inclusive com um jovem empreendedor.
Felipe Botega, 31 anos, curitibano e criado em Santa Felicidade, leva o sobrenome para o ponto mais alto do bar. Com uma fachada rústica, uma espécie de portal para a felicidade, a recente história de dono de boteco contou com a participação mais nobre no negócio – a da família.
“Meus pais ensinaram que é preciso correr atrás do sonho e do desejo. A família nem sempre tinha condições de dar um presente que eu queria. Hoje, eu agradeço por eles terem negado algumas coisas, é preciso valorizar para ter. Quando pensei em abrir o bar, o incentivo veio deles”, disse Felipe ao comentar dos pais Agenor e Eliane.
Antes do Botega, Felipe trabalhou com vendas, funilaria, marcenaria, entregador de água e garçom. Foi nessa última atividade que se apaixonou pelo balcão e teve um ótimo professor dentro do bar. Foram quase sete anos trabalhando no Dom Rodrigo, outra referência em Santa Felicidade.
“Ali conheci a magia do bar. Não tinha experiencia de garçom, fui observando e aprendendo com o Rodrigo. Ele tem um carisma espetacular com os clientes e amor pelo trabalho. O maior ensinamento é servir alimentos frescos com qualidade e manter o padrão”, reforçou Felipe, o irmão da Rybanna.
Pandemia Covid-19 e carroças
Em 2021, Felipe iniciou a busca por um local para montar o próprio negócio. Apesar de estar no período da pandemia da Covid-19, os valores pedidos seguiam altos para o futuro empreendedor. Com a ajuda do pai Agenor, que conhecia o proprietário de um terreno na Manoel Ribas, Felipe conseguiu o tão desejado espaço. A partir dali, correria para construir praticamente do zero um bar.
Além do desafio na construção, os bares atuavam no sistema delivery, ou seja, entrega na casa dos clientes. O contato com as pessoas era somente por aplicativo, nada de olho no olho. Quando ocorreu uma abertura, o Botega deu indícios que faria sucesso, mas precisou contar com uma “ajudinha” de policiais.
“Poucos dias antes de abrir no dia 19 de março teve o lockdown. Começamos com o delivery, e ficamos surpresos, assustados com a quantidade de pedidos. Foram duas semanas dessa forma e depois teve a liberação até 20h30. A gente precisava ganhar dinheiro e esse horário é quando o bar começa a encher. Uma sexta-feira, prorrogamos o horário e apareceu a Polícia Militar (PM). Pedi perdão e falei que queria mais 5 minutos para que os clientes pagassem a conta. A viatura só apareceu meia horas depois, eles foram bacanas”, agradeceu Felipe.
Ao passar pelo portal de entrada, e avançar em direção ao bar, a visão do paraíso botequeiro reforça a imagem ao passado. Uma carroça está estacionada no lado externo com mesas e cadeiras de madeira. Ao olhar para o alto, estrutura sólida de eucaliptos com paredes de cor laranja, um clássico de bar, e iluminação rústica com base em rodas de carroças
“Ficou com cara de Minas Gerais. Começamos com três pessoas e familiares. Não tinha condições de aumentar, e há um ano e meio, deslanchou. A propaganda boca a boca foi fundamental com a ajuda das redes sociais. Os clientes começaram a vir sem parar, hoje em dia temos 12 pessoas trabalhando em dias de maior movimento. É ripa, não tem descanso para ninguém”, avisou Felipe, que conta atualmente com o Gabriel (chefe de cozinha), Daniele, Eric, Jaqueline, Wellington, Jeverson, Marlon e Daniel.
Torresmo de rolo crocante e almoço com cara de Santa Felicidade
No Botega, o cardápio chega a ser um convite ao prazer. É sério, cada vinda do garçom próximo da sua mesa é aquela olhada para conferir. É fumaça com os pratos quentes ou o barulho do torresmo sendo cortado.
Aqui vai um ponto a ser comentando, o torresmo de rolo é o carro chefe da casa. Ao provar, não existe arrependimento com a crocância, o sabor e o tempero. Ao colocar a pimenta da casa com a pururuca, é golaço!
“A primeira vez da pessoa, ela geralmente pede o torresmo. Tem situações que o cliente repete. A picanha moda da casa chega com mandioca cremosa também vende bem. A nossa cozinha é muita atenta aos detalhes, a cada preparo e entrega. As pessoas pensam que começamos a trabalhar só no fim da tarde, longe disso. O bar representa alegria, comemoração em família e amigos, um lugar para se divertir. Amo isso aqui”, desabafou Felipe, que sonhava em ser caminhoneiro.
Se não foi dirigindo um veículo pesado, Felipe alcançou o sonho em dirigir um comércio rico de emoção. E olha que o professor da vida, agora admira o aluno. “Começou menino conosco e sempre se dedicou ao máximo. Hoje se tornou um empreendedor que nos deixa cheios de orgulho. Sabe quando um filho passa no vestibular?”, completou o mestre Rodrigo.
Botega Bar e Petiscaria
Endereço: Av. Manoel Ribas, 7250 – Santa Felicidade, Curitiba
Funcionamento: Quarta a sexta-feira das 17 horas até 23h;
Sábado das 11h30 até 15 horas / 18h até 23 horas
Domingo das 11h30 até 15h30
Instagram:botegabarepetiscaria
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