No fundo do sentimento de pena está uma boa parcela de indiferença pela qual trata-se de alguma coisa ou de alguém. Não é um bom sentimento. Na minha vida, e talvez, seja um dos motivos pelos quais sou feliz, nunca usei a indiferença às questões que não me alcançam.

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        Ronaldinho Gaúcho não é um ídolo qualquer. Tenho-o como mais ídolo do que foi Ronaldo “Fenômeno”, Romário, Rivaldo e Kaká, seus contemporâneos de melhor do Mundo. “O verdadeiro fenômeno”, disse-me uma vez Alex. A sua face que os dentes desalinhados tornam exótica, e o seu sorriso inocente, eram componentes tão importantes como a sua magia de jogar bola.

        Ronaldinho é vítima do seu irmão Assis, que conhecendo e estimulando as suas limitações de berço, sempre o manipulou para ganhar dinheiro fácil.  Concordo: Assis não é flor que se cheire. Mas, encerrar o caso com essa conclusão, seria muito fácil e até covarde. Então, afirmo: Ronaldinho Gaúcho é vítima do Brasil, que usa os seus ídolos, enquanto são produtores de mensagens e alegrias, não se preocupando com as suas fraquezas, para depois descartá-los. Nem todos buscam orientação e conseguem enfrentá-las por si, como fez Ronaldo “Fenômeno”, depois do episódio com os mais diversos gêneros, da Barra.   

        O caso de Ronaldinho Gaúcho não deve e não pode ser encerrado com as questões legais, que o detém na prisão de Assunção. Mais cedo ou mais tarde, condenado ou não, estará de volta ao Brasil.

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        Ronaldinho, pelos mais diversos motivos, em especial, pela sua inconsciência da realidade das coisas, deve ser recebido com compreensão. E, ser tratado, como os clubes europeus tratam os seus ídolos perdidos para recuperá-los socialmente. 

        Talvez, tratado como o filho pródigo da mais bela parábola de Cristo. Esse mesmo filho que parece ter vida plena na obra maior e definitiva de Rembrandt, “A volta do Filho Pródigo”, narrada pelo notável Fábio Altman, da Veja, em sua imortal crônica “Rembrandt, Pelé e Drummond”: “Dói ver o filho de joelhos, de costas, arrependido por ter dilapidado o dinheiro da família, tendo as mãos do pai como único consolo”.  

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        Quem poderá se apresentar como “pai” de Ronaldinho?

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No “Nilton Santos”

        O Paraná não nega que, na Copa do Brasil, luta por uma espécie do “pão nosso de cada dia”.  Se não perder no “Nilton Santos” no Rio, nessa terça feira, trará para Curitiba um jogo que vai lhe render bem mais do que prometeu o excêntrico russo Roman Dubov. 

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