A notícia é a de que no próximo dia 16, Paraná Fomento e Athletico, no Centro de Conciliação e Mediação do Tribunal de Justiça do Paraná, irão continuar a conversa sobre a valor a ser pago pelas obras da Baixada.  

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Não há segredos sobre valores. Por ser possível por lei e pelo contrato, o descarte de multa processual, contratual e honorários, o valor final deve ficar próximo de R$ 420 milhões. O Athletico pagaria R$50 milhões à vista e o saldo seria parcelado em 180 meses.

Restaria como pendência, o valor de R$ 32 milhões a ser pago ao Município de Curitiba, pela desapropriação de terrenos que foram incorporados à Baixada.

Em relação à dívida com o Município, escrevo o que penso. O Athletico deveria exigir uma compensação em razão do Município não ter cumprido parte da sua obrigação.

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Explico. Pelo contrato, imediatamente à Copa do Mundo (2014), as quotas de potencial construtivo cedidas ao Athletico por lei específica, em caráter preferencial deveria ser negociadas no mercado. Mas, o prefeito Rafael Greca, sentando sobre os direitos do Furacão, congelou-os.

Para fazer caixa de campanha, emitiu quotas exclusivas do Município, causando um desequilíbrio no contrato da Copa. Enquanto as quotas de potencial construtivo estão no mercado com um deságio de 35% do valor de face, os juros e correção do empréstimo na Paraná Fomento explodem. 

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Mas, aí, o Furacão tem que fazer a sua mea culpa. Em tudo, foi muito mal assessorado.

Medo de brasileiro

Não gosto de atender chamadas não identificadas. Resolvi atender uma. Era Felipe Ximenez, o representante dos “russos” tricolores. E foi dizendo: “Eu sou um homem honesto. Eu só ajudei o Coritiba. Eu não sou o que o senhor pensa de mim. A sua opinião é muito forte”.

Daniel Castellano/Arquivo/Gazeta do Povo

Eu não escrevi que Felipe é desonesto.  Eu escrevi que ele presente não dá seriedade a qualquer negócio, em especial, quando esse passa pela Justiça do Trabalho.

Logo depois, um outro telefonema me alcança. Do exterior, fico sabendo que o motivo do recuo dos russos não foi financeiro. Foi a matéria da Tribuna/Gazeta estampando a foto e dando a ficha do russo Roman Dubov, que é o dono do dinheiro.

Os investidores estrangeiros em geral, os russos, em especial, se acostumaram a serem tratados com discrição como sócios dos clubes europeus. O senhor Dubov não sabia que no Brasil esse tipo de investimento é especulado. 

Já lhe falaram que isso não é nem a metade da missa.

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