Opinião

Petraglia e o risco das contratações milionárias do Athletico

Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico | Foto: Albari Rosa/Arquivo/Tribuna do Paraná

Agora é oficial: o Athletico irá pagar ao Santos, o valor de R$10 milhões por 50% dos direitos do vinculo contratual do zagueiro colombiano Felipe Aguilar.

Um dia concluí como excesso a contratação milionária de um zagueiro cuja última folha do histórico sugere incerteza. Se Aguilar jogar como Tiago Heleno vem jogando desde que chegou, o que eu não acredito, o benefício vai acabar sendo maior que o custo. O investimento em um meia e em um atacante deveriam ter prioridades.  Sob o aspecto técnico não se pode ir além desse ponto. É razoável presumir de que o Furacão vá continuar investindo para, agora, dar qualidade ao meio e ao ataque. E, isso, não sairá barato.

Da contratação de Aguilar e da razoável presunção de que haverá mais investimentos, surge uma outra questão. Esse comportamento agressivo do Athletico, que necessariamente deve ser ambientado na incerteza do imediato futuro ao coronavírus, pode se extrair uma contradição. É que não há uma lógica aparente capaz de conciliar gastos milionários com a certeza de que os reflexos do coronavírus no futebol irão reduzir os excessos praticados pela simples expectativa de ganho, que sempre regrou o futebol.

Ocorre que no Athletico sempre há exceções. A principal delas atende pelo nome de Mário Celso Petraglia, seu presidente.  É possível dizer que ele não entende de futebol, que tem aversão por jornalista, que não faz futebol para as classes menos privilegiados, que para impor as suas convicções, usa o arbítrio, e que cria mecanismos empresariais internos que são especulados. Mas, o que não se pode dizer é que Petraglia é um pródigo com o dinheiro do Furacão.  Ao contrário, ele cuida do dinheiro do Furacão.

Por saber que é assim, encontro lógica financeira nesses investimentos: o Athletico não está baseado na expectativa de ganhar. Gasta o que já tem, ou o que é certo que irá ter.  Eventual erro técnico entra na margem de risco que é inafastável no futebol.

Para todas as situações, busca-se uma esperança em Winston Churchill.  Certa vez pensou e falou: “um otimista vê uma oportunidade em cada calamidade. Um pessimista vê uma calamidade em cada oportunidade.”

Sem renunciar as minhas convicções, nesse momento, Petraglia é tranquilizante para os atleticanos.

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