Opinião

É difícil pedir bom senso a uma federação dirigida por Hélio Cury

Cianorte deve seguir o Rio Branco e dispensar jogadores. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Gazeta do Povo

Na linha de tiro do coronavírus, entrei em reclusão. Longe do convívio pessoal, procuro resolver os meus conflitos e decidir se o que sinto é medo ou esperança.

Por impor regras restritivas de comportamento social e sanitário, o medo concorre como uma espécie de autoajuda. Só agora aprendi que ele, em caráter compulsório, ensina o ser humano a criar mecanismos para proteger-se em alguns episódios inesperados da vida.

Resta-me a esperança. É que, recusando qualquer influência ideológica, ignoro o fundo político imprimido por diversos segmentos, inclusive, por parte da imprensa, e tomo como única referência o ministro Luiz Henrique Mandetta. É tão sincero, é tão desprovido de qualquer interesse político, que prova que a razão, às vezes, não tem limites.

Hoje, eu me agradeço de não ter perdido tempo escolhendo ser direita ou esquerda.

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Desmanche estadual

O Rio Branco fez o que tinha que fazer: com a suspensão do Paranaense, dispensou o técnico Tcheco e a maioria dos jogadores. Não tinha motivo legal ou moral para mantê-los com a prorrogação dos contratos. O próximo deve ser o Cianorte.  

 A data da volta é uma hipótese incerta. No futebol, o que é incerto, é remoto. E, quando ocorrer, a Federação Paranaense de Futebol não terá poderes para agir, pois qualquer decisão irá contrariar a lei. Se para aprovar o regulamento basta a maioria dos clubes, para alterá-lo exige-se unanimidade, pois é a lei.

O bom senso exige que a entidade paranaense decida pelo encerramento do campeonato. Ao limitar-se à suspensão, está agravando os prejuízos que os clubes têm para jogar. É presumível que Athletico, Coritiba, Londrina, Operário e Paraná, que irão disputar as séries nacionais, dispensem jogadores para buscar ou manter o mínimo de equilíbrio financeiro até o final da temporada.

O difícil é pedir bom senso para uma entidade dirigida por Hélio Cury. Talvez, por ele ter dificuldades em raciocinar com fatos concretos, ainda não ganhou a consciência de que o calendário do futebol, em todo o mundo, foi estrangulado pelo coronavírus. 

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