Paulo Autuori está de volta à terra que arou e semeou para o Athletico colher os títulos da Sul-Americana e da Copa do Brasil. A terra que agora ele encontra está infestada por lagartas, cupins e plantas daninhas, que Paulo André, com a concordância de Petraglia, mandou se hospedarem no CT do Caju.

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Seja como diretor técnico, seja como treinador, ou como os dois, não se pode exigir nada mais de Paulo Autuori, do que a de praticar a lição que já ensinou aos atleticanos: o futebol é coisa muito séria para ser tratada por incapazes e inconsequentes como Paulo André e Petraglia. Não se trata de figura de linguagem, mas, de um fato que deve ser afirmado em na sua expressão literal: Autuori encontra no CT do Caju uma terra arrasada.

O Furacão, ao dar um cheque em branco para Paulo André, já esgotou a capacidade financeira ao contratar Marquinhos Gabriel, Richard, Carlos Eduardo, Geuvânio, Aguillar, Jorginho e Kayzer. Quem não foi embora, ainda irá ou será uma opção remota. Fato que somada a prova de que essa geração de Pedrinho, Fabinho, Erick, Abner é de comuns, simplesmente, a reformulação prometida, já em final de ano, sequer começou.

Ao invés de imediatamente substituir Dorival Junior quando o dispensou, especulou com Eduardo Barros no comando técnico. Além de ser um jovem teórico, não tem a personalidade para enfrentar situações complexas, como as reações negativas que o desequilíbrio salarial ainda causa no Caju.

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E porque Petraglia gosta de violar regras, o direito de contratar está suspenso pela FIFA. O resultado está na posição do Furacão no Brasileiro: em 17º lugar, se não tiver vitórias em sequência, os atleticanos irão, ao invés de presentes, pedir em súplicas por uma benção para o clube não ser rebaixado, coisa que os coxas já devem estar fazendo há algum tempo.

Já classificado para a fase eliminatória, o Athletico joga em Montevidéu contra o Peñarol, pela Libertadores. O constrangimento pelo fracasso no Brasileirão, talvez, iniba o seu torcedor em expor a sua alegria pela classificação. Ele definitivamente sabe que o Furacão formado por Petraglia e Paulo André não é o da Libertadores, mas, o do Brasileirão.

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De uma coisa, ninguém pode negar que Petraglia tem estrela. Para ele, sempre tem um salvador de plantão: em 2008, quando era quase irreversível a queda, Malucelli assumiu o futebol, chamou Geninho que salvou o clube; em 2018, quando Tiago Nunes assumiu, era apenas para salvar da segundona. Ganhou a Sul-Americana e a Copa do Brasil; e, agora, em 2020, Paulo Autuori vem para ser esse salvador. 

De primeira:  Essa coluna será atualizada na quinta feira. Dia de ir embora é dia de ir embora.

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