Opinião

Paulo Autuori em terra arrasada

Paulo Autuori está de volta ao Furacão. Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Tribuna.

Paulo Autuori está de volta à terra que arou e semeou para o Athletico colher os títulos da Sul-Americana e da Copa do Brasil. A terra que agora ele encontra está infestada por lagartas, cupins e plantas daninhas, que Paulo André, com a concordância de Petraglia, mandou se hospedarem no CT do Caju.

Seja como diretor técnico, seja como treinador, ou como os dois, não se pode exigir nada mais de Paulo Autuori, do que a de praticar a lição que já ensinou aos atleticanos: o futebol é coisa muito séria para ser tratada por incapazes e inconsequentes como Paulo André e Petraglia. Não se trata de figura de linguagem, mas, de um fato que deve ser afirmado em na sua expressão literal: Autuori encontra no CT do Caju uma terra arrasada.

O Furacão, ao dar um cheque em branco para Paulo André, já esgotou a capacidade financeira ao contratar Marquinhos Gabriel, Richard, Carlos Eduardo, Geuvânio, Aguillar, Jorginho e Kayzer. Quem não foi embora, ainda irá ou será uma opção remota. Fato que somada a prova de que essa geração de Pedrinho, Fabinho, Erick, Abner é de comuns, simplesmente, a reformulação prometida, já em final de ano, sequer começou.

Ao invés de imediatamente substituir Dorival Junior quando o dispensou, especulou com Eduardo Barros no comando técnico. Além de ser um jovem teórico, não tem a personalidade para enfrentar situações complexas, como as reações negativas que o desequilíbrio salarial ainda causa no Caju.

E porque Petraglia gosta de violar regras, o direito de contratar está suspenso pela FIFA. O resultado está na posição do Furacão no Brasileiro: em 17º lugar, se não tiver vitórias em sequência, os atleticanos irão, ao invés de presentes, pedir em súplicas por uma benção para o clube não ser rebaixado, coisa que os coxas já devem estar fazendo há algum tempo.

Já classificado para a fase eliminatória, o Athletico joga em Montevidéu contra o Peñarol, pela Libertadores. O constrangimento pelo fracasso no Brasileirão, talvez, iniba o seu torcedor em expor a sua alegria pela classificação. Ele definitivamente sabe que o Furacão formado por Petraglia e Paulo André não é o da Libertadores, mas, o do Brasileirão.

De uma coisa, ninguém pode negar que Petraglia tem estrela. Para ele, sempre tem um salvador de plantão: em 2008, quando era quase irreversível a queda, Malucelli assumiu o futebol, chamou Geninho que salvou o clube; em 2018, quando Tiago Nunes assumiu, era apenas para salvar da segundona. Ganhou a Sul-Americana e a Copa do Brasil; e, agora, em 2020, Paulo Autuori vem para ser esse salvador. 

De primeira:  Essa coluna será atualizada na quinta feira. Dia de ir embora é dia de ir embora.

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