Opinião

Furacão, adeus às ilusões

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

No Maracanã, pela Copa do Brasil, Flamengo 3×2 Athletico.

Há uma lenda policial que, após caçado por anos pela morte do repórter Tim Lopes, o traficante Elias Maluco exclamou resignado: “Perdi, chefia. Não esculacha, não!”.

Às vezes, somos provocados por certas lembranças estranhas provocando comparações próximas do absurdo. Confesso que ao ver a facilidade com que Pedro fez o segundo gol do Flamengo, lembrei dessa lenda. O Furacão era tão submisso no Maracanã, que temi vê-lo esculachado por uma goleada pelos cariocas.

Mas, quando o jovem Erick fez um golaço devolvendo o Athletico ao jogo, conclui que era um belo engano. Exaurindo-se na marcação, no físico e na velocidade, até que conseguiu fazer do jogo um bom atrativo de televisão.

O Furacão perdeu, é verdade, mas, como já estava debitada na sua conta por ser previsível, é possível adotar o consolo infantil do recreio de escola, “que perdeu, mas não fez feio”. Pobre atleticanos que têm que retornar ao tempo de se confortar com consolos derrotistas.

O que magoa a torcida atleticana é que tudo o que está acontecendo é resultado da conduta irresponsável de seu presidente e/ou CEO Mario Celso Petraglia no gasto R$ 50 milhões em contratações, quando já era confesso de não entender de futebol.

Nelson Rodrigues escreveu certa vez que o homem que não tiver ilusão, está morto. Peço perdão ao genial jornalista, mas, às vezes, perdendo a ilusão, o homem é obrigado a enfrentar a realidade que teima em não enfrentar. Às vezes, por questão de orgulho.

Eliminado da Copa do Brasil por falta de recursos de jogo, o Athletico agora passa a enfrentar a dura realidade que é a prova definitiva do seu retrocesso: a fuga da segunda divisão. Não é razoável ter ilusão diante dessa realidade, afinal, o Furacão terá que fazer exatamente o que não faz a onze jogos: ganhar. E tem que ganhar dez a partir do jogo contra o Fortaleza.

E está na hora do presidente e/ou CEO Mario Celso Petraglia tomar providências em relação ao comando técnico. Afinal, Autuori é diretor técnico, técnico definitivo ou técnico interino, ou os três? É preciso considerar que desde que assumiu o comando do time, só perdeu.

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