Transplantados do fígado retomam a sua vida sexual

Estudo mostra que pessoas que tinham doenças do fígado crônica e se submeteram ao transplante voltaram a ter uma vida sexual normal. Antes da operação, homens e mulheres tinham o problema porque o fígado não funcionava corretamente e provocava alterações hormonais. A pesquisa foi coordenada pelo médico Júlio Cezar Uile Coelho, responsável pelo setor de transplante hepático do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná. Os resultados foram publicados na revista da Associação Médica Brasileira no ano passado.

Segundo o médico, as doenças crônicas do fígado afetam a reprodução dos hormônios sexuais ocasionado sérios problemas na vida sexual. Mas com o transplante o órgão volta a funcionar normalmente eliminando o problema. O estudo foi feito através de um questionário enviado para os pacientes. As questões se referiam sobre a sexualidade antes e depois da cirurgia.

Os pesquisadores identificaram melhora em todos os quesitos avaliados. Nos homens foram avaliados cinco itens: a função erétil, função orgástica, desejo sexual, satisfação com a relação sexual e satisfação com a vida sexual como um todo. “Agora comprovamos cientificamente os resultados e isto representa uma melhora na qualidade de vida das pessoas. Para muitos homens o assunto ainda é um tabu”, fala Júlio.

Para as mulheres as melhorias também são significativas. Quando estão doentes, elas nem menstruam. Mas depois de três ou quatro meses após o transplante podem até engravidar. “Das nossas pacientes, quatro já engravidaram e uma chegou a ganhar gêmeos”, comenta o médico.

Entre as causas de doenças no fígado estão o alcoolismo ou ainda as hepatites B e C e alterações congênitas. Desde 1991, foram realizados no Paraná mais de 300 transplantes de fígado. Mas existe hoje uma fila de espera de 600 pessoas.

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