Trabalho: Ambiente saudável é um direito de todos

Depois de passar por diversos testes e exames, você foi selecionado para um novo emprego e está muito animado. Pronto para começar, só falta fazer o exame médico. Mas já se informou sobre a saúde do local de trabalho que começará a freqüentar? Vale conferir. Afinal, é nele que você vai permanecer durante boa parte do dia e por um período de sua vida.

Por isso, nada mais justo do que conhecer a forma pela qual a empresa que tanto exige de você cuida da própria saúde. Procure saber até que ponto ela se baseia nos princípios da ergonomia, ciência que estuda os problemas relativos ao trabalho humano e informa como a empresa deve ser instalada para que cada funcionário desempenhe, satisfatoriamente, suas tarefas. Em linhas gerais, ela deve oferecer ao seu empregado bem-estar e segurança, traduzidos na oferta de ambiente, móveis e equipamentos de trabalho adequados.

Exigências da CLT

Essas condições também são exigidas das empresas pelo Ministério do Trabalho, inseridas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – que regulamenta todas as relações trabalhistas. Para facilitar seu cumprimento, o próprio ministério se encarrega de respaldá-las através da Portaria n.º 3.214, que detalha o que é indispensável à estrutura e à manutenção das instalações para proteção do trabalhador e a prevenção dos riscos ambientais.

Independentemente dessas exigências, é claro que aqueles que trabalham tendo sua saúde e bem-estar garantidos – seja no escritório, na fábrica ou na loja – não são os únicos beneficiados. O funcionário seguro e saudável mantém a assiduidade, produz mais e contribui de forma mais efetiva para o alcance dos objetivos e metas de sua equipe. "O ambiente dos edifícios modernos apresenta, em geral, janelas fechadas, carpetes grossos, acúmulo de papéis antigos ou em arquivos", observa Maria de Fátima Emerson, especialista no tratamento de alergias. Conforme a médica, esses fatores, associados à limpeza superficial e inadequada dos pisos, móveis e especialmente dos aparelhos de refrigeração, favorecem a presença de ácaros e fungos, inimigos dos alérgicos.

Ar-condicionado e cigarro

Para a alergista, o aparelho de ar-condicionado merece uma atenção especial. É preciso observar rigorosamente os prazos de limpeza de filtros e dutos determinados pelos fabricantes. A limpeza dos primeiros deve ser muito mais freqüente do que a dos dutos – necessária, em geral, a cada seis meses. Ainda como parte da prevenção, a especialista recomenda que os ambientes profissionais, da mesma forma que uma casa, devem ser mais arejados e limpos com pano úmido. O poluente interno mais comum é a fumaça de cigarro. Por isto, em um ambiente em que o fumo é permitido, mesmo os não fumantes têm aumento no risco de infecções respiratórias. "O fumo passivo é um poderoso auxiliar na manutenção de crises de asma ou rinite", lembra Maria de Fátima.

Ainda é comum encontrar empresas alheias ao uso de cigarro em suas dependências, mas um grande número já proíbe o fumo. Esta norma obedece a dispositivos legais. Gilberto Lima observa que a Lei n.º 9.294, de 15 de julho de 1996, nos termos do parágrafo 4.º do art. 220 da Constituição Federal, proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e arejada.

Para completar, certos profissionais, como carpinteiros, marceneiros, cabeleireiros, operários da construção civil, químicos, ainda estão expostos a substâncias com o poder de piorar uma alergia respiratória (asma ou rinite) preexistente. "Por isso, a asma ocupacional pode ser induzida por agentes inaláveis em determinados ambientes de trabalho, na forma de gases e vapores", completa a especialista.

PARA SE PREOCUPAR

· Ambientes com grandes diferenças de temperatura.

· Pisos duros e escorregadios.

· Falta de espaço para lanches e refeições.

· Materiais estocados em locais de risco.

· Iluminação insuficiente ou inadequada.

· Umidade, pintura desgastada ou em cores agressivas.

· Instalações de água, luz e gás mal-conservadas.

· Banheiros mal-higienizados.

· Desinformação ou ausência de saídas de emergência.

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