População brasileira é campeã em “mãos limpas”

O Brasil é o país onde a população mais lava as mãos com sabonetes. Os brasileiros também foram apontados como os que lavam as mãos mais vezes por dia (com sabonete ou não), com um índice superior a 67% da população.

É o que aponta um estudo internacional conduzido pelo Global Hygiene Council – conselho composto por especialistas em áreas relacionadas à Saúde e Higiene, incluindo a microbiologia, virologia, infectologia, imunologia e Saúde Pública.

O estudo “Dettol – Determinantes dos hábitos mundiais de higiene” foi conduzido de janeiro a março de 2011 pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, com o objetivo de identificar os principais hábitos de higiene em diferentes culturas e perfis de personalidade.

Cerca de mil participantes de diversos países, entre eles, Reino Unido, Canadá, Brasil, Estados Unidos, África do Sul, China, França e Alemanha responderam a um questionário com 130 perguntas, relacionadas aos hábitos de limpeza das mãos, de superfícies, preparação de alimentos, técnicas de manuseio e armazenamento, assim como questões demográficas e o histórico de doenças.

Melhores hábitos de higiene

Pesquisa mostra que fatores, como educação, cultura e traços de personalidade impactam na higiene das pessoas e, como consequência, na saúde contra infecções.

Entre os resultados encontrados pelo estudo, está a média global de pessoas que lavam as mãos mais de cinco vezes ao dia: 54% da população daqueles países. Brasil e Alemanha são apontados como os países mais higiênicos do mundo.

China e Malásia tiveram os índices mais baixos. Na China, apenas 27,5% da população relatou lavar as mãos mais de cinco vezes por dia. Os brasileiros também se destacam no índice de saúde contra infecções – ou com a menor frequência de gripe e diarréia.

O país reporta o 2.º melhor percentual de pessoas resistentes (67,6%), atrás da África do Sul, com 74% da população com alta resistência. Esses dois países têm, portanto, melhores hábitos de saúde preventiva às doenças infecciosas do que a população de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Austrália, Canadá e Reino Unido. 

O estudo aponta também que os brasileiros mais suscetíveis a contrair infecções (com imunidade mais frágil) vêm adquirindo melhores hábitos de higiene pessoal. Este é o principal fator para as pessoas continuarem mantendo bons hábitos de higiene.

Outra constatação da pesquisa dá conta de que as chances de um brasileiro ser muito higiênico são seis vezes maiores entre aqueles que têm baixa imunidade ou sensibilidade à presença de germes e encaram a lavagem das mãos como um hábito.

Menores índices de infecção

Para o virologista John Oxford, presidente do Global Hygiene Council e diretor de pesquisa do Hospital Real de Londres, é muito valioso compreender o que impulsiona o comportamento da higiene.

Conforme o especialista, o estudo revelou características e traços pessoais que são associados com uma boa higiene e a saúde, tais como a consciência da importância da higiene e sua prática rotineira.

“Queremos que as pessoas reconheçam como podem melhorar e tornar a higiene um hábito para manter sua família mais saudável”, enalteceu o presidente da instituição.

Conforme o especialista, os &iacut,e;ndices de boa higiene pessoal estão associados a resultados de baixa ocorrência de gripes e diarréia. Em particular, a rotina de lavar as mãos e a percepção desse hábito, como uma norma social está associada com os mais baixos índices reportados de ocorrência dessas infecções.

As autoridades reconhecem quem ter educação no meio social também é um fator de proteção contra doenças infecciosas. As chances de ter uma alta resistência contra doenças são quase 2,5 vezes mais altas entre os que relataram, por exemplo, não gostar de espirrar perto de outras pessoas. “Cobrir a boca ao espirrar ou tossir são regras sociais que diminuem, e muito, para evitar o contágio de doenças”, lembra Oxford.

Já foi constatado em pesquisas anteriores que bons hábitos de higiene e o uso regular de desinfetantes, como sabonetes e limpadores de superfícies, ajudam a reduzir em até 75% o risco de doenças entre crianças.

As chances de reportar bons hábitos de higiene foram menores entre aqueles que nunca ouviram falar em sabonetes bactericidas. O uso desses produtos está associado a pessoas com filhos e com hábitos de organização em casa e no trabalho.

Resultados globais

Higiene pessoal

* Mulheres tendem a ter melhores hábitos de higiene pessoal do que os homens. Essa diferença aumenta ainda mais com a idade, com o nível de renda e educação.

* Os hábitos de higiene variam de acordo com a profissão. As donas de casa apresentaram os mais elevados níveis de higiene pessoal, enquanto os estudantes mostraram os piores.

* Pessoas com personalidades frágeis e dependentes e/ou sensíveis e nervosas desenvolvem 10% mais gripe (seguida de febre) e diarréia do que as mais calmas. Porém, estão mais pré-dispostas a praticar melhores hábitos de higiene pessoal e doméstica.

* Quem tem bons hábitos de higiene pessoal possui baixa probabilidade de contrair resfriados e diarréia, resultando em quase três vezes mais chances de ter uma boa saúde.

* Pessoas organizadas em seu cotidiano são mais higiênicas do que as desorganizadas.

Higiene doméstica

* As mulheres também têm os índices mais altos de higiene doméstica em relação aos homens.

* Em média, apenas metade das pessoas entrevistadas tem um alto índice de limpeza doméstica.

* Reino Unido e Austrália reportaram os mais altos índices de higiene doméstica, enquanto a China, a Malásia e o Oriente Médio reportaram os mais baixos.

* O uso regular de produtos de limpeza com ação bactericida é associado ao perfil de pessoas com importante rotina de higiene doméstica, renda mais alta, mais educação e hábito natural de fazer faxina.

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