Ortodontia: O fim do aparelho extra-oral

Muitos adolescentes e, mais recentemente, os adultos, simplesmente deixam de continuar um tratamento quando a única opção para corrigir os problemas ortodônticos é o aparelho extra-oral, apelidado de cabresto ou freio-de-burro. Daniel, de 14 anos, por exemplo, diz que o aparelho fixo até vira objeto de desejo quando comparado com o efeito provocado pela opção extra-oral. Essa era uma questão ainda difícil de ser abolida na implantologia dentária.

Os recentes avanços na ortodontia culminaram com a difusão de uma técnica que promete substituir o incômodo e ?chamativo? aparelho. A aposta é voltada para um mini implante temporário usado durante o tratamento ortodôntico. A técnica surge como importante alternativa para, dependendo do caso, substituir o aparelho extra-oral. O sistema consiste na fixação do pino no osso e sua implantação é praticamente indolor, prometendo acabar com incômodos (dificuldades na limpeza e a necessidade de permanecer com o aparelho durante 24 horas) e problemas estéticos do método antigo, que chega a afetar, até mesmo, o convívio social. Outra vantagem do sistema é a de que pode reduzir o tempo de tratamento.

Melhor custo/benefício

André Zétola, cirurgião bucomaxilofacial, diretor clínico do Instituto Zétola, destaca que a adoção da técnica já faz parte das rotinas encontradas nos centros odontológicos. O especialista explica que uma das vantagens do procedimento é que o parafuso utilizado no mini implante tem diâmetro bem menor do que o convencional utilizado em implantes normais. ?Isso permite que ele seja fixado praticamente em qualquer área óssea para garantir movimentos dos dentes desejados pelo ortodontista?, enfatiza.

Outra importante vantagem que faz as pessoas se beneficiarem da nova técnica é o seu custo/benefício. De acordo com Guilherme Michaelis, ortodontista e ortopedista facial, o tempo de tratamento por meio do mini-implante geralmente é inferior quando comparado com o sistema convencional. Sem contar que a dependência do paciente é diminuída significativamente e ?isso se reflete em um tratamento com controle mais efetivo pelo profissional responsável?, observa, concluindo que essa vantagem torna o tratamento mais dinâmico e eficiente.

Michaelis alerta, no entanto, que assim como outros procedimentos na área da saúde, deve ser levado em conta que o mini implante pode apresentar uma resposta diferente ao tratamento proposto devido a vários fatores, entre eles a qualidade da densidade óssea e o padrão facial, além de certo risco de rejeição do parafuso.

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