Moysés Paciornik o pioneiro do papanicolau

Uma de suas marcas registradas foi a gravata borboleta se destacando sobre a roupa branca. Outra sempre foi a empolgação em divulgar o parto de cócoras, além do reconhecido pioneirismo na implantação dos exames papanicolau. Aos 94 anos, dos quais 70 dedicados à Medicina, morreu o ginecologista e obstetra Moysés Goldstein Paciornik.

Sua vida se confunde com a história da obstetrícia paranaense. Em 1948, inaugurou a Casa de Saúde Moysés Paciornik. Em 1959, idealizou o Centro Paranaense de Pesquisas Médicas, com o objetivo de desenvolver a prevenção do câncer de colo de útero, uma das principais causas de morte entre as mulheres brasileiras. “Elas tinham vergonha de se deixar examinar, por isso, em um mês fiz o exame preventivo gratuito em apenas cinco mulheres”, recorda. Aos poucos o preconceito foi deixado de lado e, ao final do primeiro ano, quase 800 haviam passado pelo exame.

Em suas andanças pelo interior, Moysés Paciornik teve contato com a população indígena, fato que, depois de muita observação e estudos comparativos, demonstrou as vantagens do estilo de vida das índias, principalmente quanto à musculatura pélvica e o envelhecimento. Esse choque cultural fez Paciornik elaborar suas obras mais importantes: Aprenda a nascer com os índios; Parto de cócoras; e Aprenda a envelhecer sem ficar velho.

Para se manter em forma, durante muito tempo praticou o que passou a chamar de ginástica índio-brasileira, repetindo o movimento de se agachar e levantar diversas vezes. “É um ótimo exercício para o coração, respiração e mente”, garantia. Na sua alimentação, há quase 50 anos, aboliu o uso dos três pós brancos: açúcar, sal e farinha. Sua receita para a longevidade era a imensa vontade de trabalhar e amar sua profissão. “O trabalho sempre foi a minha fonte da juventude”, garantia.

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