Ganho de peso é principal entrave para o tratamento de esquizofrenia

A maioria dos psiquiatras em vários países europeus acredita que o ganho de peso ? um efeito colateral associado a algumas das medicações antipsicóticas mais amplamente prescritas ? constitui a causa primária para que os pacientes deixem de tomar suas medicações, de acordo com os resultados da pesquisa divulgada hoje no Congresso do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia (ECNP), em Barcelona, Espanha.

A pesquisa, patrocinada pela Pfizer Inc. e conduzida pela Roper Starch Worldwide, entrevistou mais de 900 psiquiatras que tratam pacientes com esquizofrenia na França, Espanha, Alemanha, Itália, Suécia e no Reino Unido.

Mais de 65% dos psiquiatras pesquisados na França, Espanha e Itália disseram acreditar que o ganho de peso não apenas afeta a submissão ao tratamento, mas a auto-estima do paciente também. Adicionalmente, mais da metade dos entrevistados na Alemanha, Itália, Suécia e no Reino Unido disseram que o ganho de peso de 5 quilos ou mais poderia afetar o estado geral de saúde de seus pacientes de forma “extremada” ou “com muita gravidade”.

A esquizofrenia, que afeta aproximadamente uma em cada 100 pessoas, é considerada uma das doenças mentais mais crônicas e incapacitantes, apresentando seus sintomas no início da idade adulta os quais, na maior parte das vezes, persistem pelo resto da vida do paciente, com conseqüências devastadoras para os esquizofrênicos, seus familiares e para a sociedade.

As drogas conhecidas como antipsicóticas e neurolépticas são usadas para o manejo dos sintomas da esquizofrenia. A primeira geração de antipsicóticos, conhecidos como antipsicóticos “convencionais” foi descoberta nos anos 50. Apesar de terem constituído uma revolução naquela época, essas drogas convencionais apresentam efeitos colaterais incômodos, inclusive desordens de movimento, sedação, ganho de peso, hipotensão e efeitos anticolinérgicos tais como boca seca. Estes efeitos colaterais podem contribuir para o alto índice de não submissão ao tratamento por parte da população de pacientes.

O desenvolvimento de antipsicóticos “atípicos” mais novos representa um avanço significativo no tratamento da esquizofrenia, oferecendo eficácia comprovada, baixo risco de sintomas extrapiramidais (como tremores, rigidez, movimentos faciais involuntários) e resultados clínicos significativos. Contudo, apesar de suas inúmeras vantagens sobre as medicações convencionais mais antigas, alguns desses agentes mais recentes estão associados a um significativo ganho de peso o que, por sua vez, está relacionado com o aumento dos níveis de colesterol, triglicérides e insulina.

“O ganho de peso é uma questão de saúde extremamente séria com profundo impacto sobre a saúde e o bem-estar do paciente de modo geral”, disse o Dr. Fernando Canas, chefe do Departamento de Psiquiatria do Hospital Psiquiátrico de Madri, Espanha. “Este aspecto constitui um problema para os pacientes esquizofrênicos e pode fazer com que eles parem de tomar seus medicamentos. Como psiquiatra, isto é especialmente perturbador porque qualquer paciente que se torne insubmisso ao tratamento aumenta suas probabilidades de ter uma recaída e precisar ser novamente hospitalizado”.

Ganhar peso e estar com sobrepeso estão associados com inúmeras condições médicas severas inclusive o diabetes, doenças cardíacas, hipertensão, derrame e alguns tipos de câncer. Carregar excesso de peso também tem sido associado com o desenvolvimento de cálculos vesiculares, problemas relacionados ao artritismo e outras complicações ortopédicas, apnéia do sono e formação de coágulos sangüíneos.

Adicionalmente, novas pesquisas demonstram que a obesidade supera tanto o fumo como a bebida no tocante a seus efeitos nocivos a respeito da saúde e de custos de cuidados com a saúde, em grande parte devido ao fato de o obeso ter maior probabilidade de apresentar problemas crônicos equivalentes a 20 anos de envelhecimento.

Os psiquiatras pesquisados relataram ter tentado vários métodos de manejar e minimizar o ganho de peso dos pacientes; contudo, com exceção da Itália, mais de 75% dos pesquisados acharam que os programas de controle de peso tiveram pouco sucesso.

A grande maioria dos psiquiatras entrevistados ? mais de 80% ? disseram que uma medicação antipsicótica atípica que seja eficaz e não cause ganho de peso poderia aumentar as probabilidades de submissão do paciente ao tratamento.

A Pfizer Inc. descobre, desenvolve, fabrica e comercializa medicamentos líderes em prescrição para seres humanos e animais, bem como alguns dos produtos destinados ao consumidor mais conhecidos em todo o mundo.

A Pfizer Neuroscience, uma divisão da Pfizer Inc., está comprometida com terapias pioneiras, inovadoras e objetivas para desordens psiquiátricas e neurológicas. O conhecimento e a especialização da empresa nas áreas de depressão, ansiedade, esquizofrenia, doença de Alzheimer e epilepsia tem sido de grande utilidade na comercialização de tratamentos de alta performance. As desordens neurológicas e psiquiátricas representam uma das maiores prioridades da Pfizer. De um investimento total de US $ 5 bilhões para pesquisa e desenvolvimento, o maior de uma empresa de pesquisa de tratamentos para a saúde em todo o mundo, US $1 bilhão, ou seja, mais de 20% estão alocados para o desenvolvimento de compostos neurocientíficos mais eficazes.

A DOENÇA

Muitas pessoas conhecem alguém que sofre de esquizofrenia, seja em suas próprias famílias, seja um amigo, ou o amigo de um amigo. A esquizofrenia afeta aproximadamente uma em cada 100 pessoas. É considerada uma das doenças mentais mais crônicas e incapacitantes, aparecendo no início da idade adulta e, na maioria das vezes, persistindo durante todo o resto da vida da pessoa, com conseqüências devastadoras para os próprios esquizofrênicos, seus familiares e para a sociedade.

O Impacto da Esquizofrenia

A esquizofrenia é encontrada em ambos os gêneros, em todas as raças e culturas.

A esquizofrenia afeta aproximadamente 1% da população mundial.

A Organização Mundial da Saúde estima que a esquizofrenia está situada entre as 10 desordens mais incapacitantes.

– Pacientes com esquizofrenia têm, habitualmente, uma expectativa de vida 20% mais curta do que a da população em geral.

– Aproximadamente 10% dos pacientes com esquizofrenia morrem por suicídio, sendo que 50% atentam contra a própria vida. Os custos anuais diretos atingem um montante estimado em 2% dos orçamentos da área da saúde no Reino Unido e na Holanda. Os custos diretos incluem tratamento mediante internação, tratamento ambulatorial, custos residenciais, custos com serviços de confinamento, serviços médicos e custos referentes a outros profissionais da área da saúde, além de medicação. Os custos indiretos incluem perda de produtividade causada por doença, incapacidade ou perdas devido à morte prematura.

– A medicação representa entre 1% e 5% – apenas uma pequena parte ? do custo total do tratamento.

– Pelo menos 30% dos pacientes esquizofrênicos respondem de forma inadequada ao tratamento.

– Aproximadamente 50% dos pacientes com esquizofrenia apresentam recaídas no período de um ano após terem recebido a alta hospitalar, sendo que 80% destes pacientes precisam ser novamente hospitalizados dentro de um prazo de dois anos. Mesmo com medicação antipsicótica regular, 25% dos esquizofrênicos sofrem recaídas em um ano.

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