Diabetes e obesidade entre as doenças que mais crescem

O diabetes e a obesidade estão entre as doenças que mais crescem no mundo e são responsáveis por mais da metade das complicações cardiovasculares. Sabe-se, hoje, que o diabetes tipo 2 (DM2) é o responsável pela maioria dos casos da doença, ao contrário do que se imaginava há anos, quando o tipo 1 (DM1) era considerado o mais comum e o DM2 tinha sua gravidade subestimada. Atualmente, 90% dos diabéticos apresentam o fenômeno da resistência à insulina (produção de insulina com falta de ação desse hormônio – DM2), enquanto que apenas 10% são insulinodependentes (DM1). Por esse motivo, especialistas do país inteiro se reunirão, em Goiânia, no 14º Congresso Brasileiro de Diabetes, para discutir a mudança no conceito do diabetes e os avanços no tratamento da doença que já afeta 10 milhões de brasileiros e é a maior causa de amputações e cegueira.

Um dos simpósios mais esperados é o “Nova perspectivas na terapia combinada precoce do Diabetes Mellitus tipo 2”. Na ocasião, especialistas vão enfocar a prioridade do tratamento precoce que atue diretamente na resistência à insulina, sem a necessidade de indicar as temidas picadas de insulina aos pacientes. Os palestrantes Marcos Tambascia (Unicamp ? SP) e Amelio Godoy Matos (Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia ? RJ) falarão sobre a importância do uso da rosiglitazona e da combinação da substância com a metformina para conter o avanço da doença. Pesquisas comprovaram que a rosiglitazona atua muito além do simples controle glicêmico. Um vídeo com todas as complicações cardiovasculares causadas pela doença será exibido durante o congresso.

Em um estudo realizado pela Universidade de Stanford, o medicamento foi capaz de reduzir em até 70% os níveis de determinadas substâncias associadas à inflamação vascular, à arteriosclerose, ao infarto do miocárdio e derrame.

Estas complicações são as principais causas de mortalidade em pacientes diabéticos e os medicamentos tradicionais para combater a doença não se mostraram capazes de reduzir a incidência delas. Dessa forma a rosiglitazona pode ser considerada uma vacina para doenças cardiovasculares e até para o diabetes tipo 2.

Como a disfunção erétil é também uma das conseqüências do diabetes, o congresso terá uma mesa redonda para discutir o assunto. O tema “Disfunção erétil e disfunção endotelial no Diabetes tipo 2” será amplamente discutido em uma mesa redonda com a presença de Carmita Abdo (Prosex ? SP), Eduardo Bertero (IAMSPE ? SP), Edimar Bocchi (Instituto do Coração ? SP) e Amélio Godoy (IEDE-RJ).

O Diabetes

O diabetes, que antes era uma enfermidade caracterizada pela inexistência ou deficiência de produção da insulina pelo pâncreas, agora já é notada por médicos como uma doença cuja principal necessidade é o tratamento da resistência à insulina. Pesquisas já provaram que o pâncreas de um diabético tipo 2 demora entre 10 e 20 anos para entrar em falência e deixar de produzir o hormônio. A prioridade no momento é tratar a resistência sem prescrever a insulina artificial ao paciente já que, em excesso, o hormônio pode causar hipoglicemia e outras complicações. A necessidade de intervenção precoce sobre o fenômeno da resistência à insulina – evento que é a base fisiopatológica para o desenvolvimento do DM2 – pode preceder em mais de 1 década o seu diagnóstico.

Atualmente, existem 150 milhões de diabéticos no mundo. Destes, apenas 10% sofrem do tipo 1 da doença (insulinodependentes). Os outros 90% lutam para controlar o DM2 sem precisar tomar insulina injetável. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que este número dobre até 2025.

14º Congresso Brasileiro de Diabetes
Local: Centro de Convenções de Goiânia

Simpósio ” Novas perspectivas na terapia combinada precoce do Diabetes
Mellitus tipo 2″
Data
: 27/11
Hora: 12h10 às 13h20

Mesa Redonda: Disfunção Erétil e Disfunção Endotelial
Data
28/11
Hora: 9h30 às 11h

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