Aproveite as férias para descansar

Nem todas as pessoas conseguem transformar as férias em momentos agradáveis, de descanso e relaxamento.

Para muitos, a “obrigação” de se ausentar do trabalho, seja qual for, é motivo de desgaste e forte estresse.

São pessoas que não conseguem se desligar da rotina diária. Por outro lado, muitas pessoas conseguem, além do descanso resolver coisas pendentes que se acumularam durante o ano, como, por exemplo, pintar a casa, fazer algum tipo de reforma ou recuperar alguma “papelada” perdida há muito tempo.

Depois de passar um ano inteiro trabalhando ou estudando, é natural que qualquer pessoa esteja aguardando ansiosamente as tão sonhadas férias. A legislação trabalhista garante que, após um ano de trabalho, todo funcionário tem direito a elas.

É hora de repor as energias perdidas no dia-a-dia. Apesar de ser permitido negociar parte das férias com a empresa, pelo menos 20 dias devem ser dedicados, obrigatoriamente, ao descanso.

“Esse período é de suma importância, pois promove a recuperação físico-mental, o descanso e dá ao trabalhador a oportunidade de participar de atividades sociais e familiares”, explica a psicóloga Evelyse Reis.

Recuperação do organismo

Só que até começar o primeiro dia de férias, muitas pessoas se tornam ainda mais estressadas. Esse sentimento se acumula com a correria de final de ano, quando acontecem os fechamentos de metas e balanços anuais e acabam prejudicando a saúde.

“Para administrar melhor o cansaço físico-mental acumulado, as atividades corporais, como ginástica laboral e relaxamentos, podem ser intensificados, diminuindo a ansiedade de final de ano”, aconselha a especialista.

Quando o período de férias chega, é tempo de restauração e descanso para o corpo, inclusive, para prevenção de doenças ocupacionais. “As férias contribuem para a recuperação dos tecidos corporais que estavam sendo prejudicados pelas longas jornadas de trabalho, postos de trabalho não-adequados e posturas erradas na realização de atividades”, reconhece o fisioterapeuta do trabalho, Rodrigo Azevedo.

Como o trabalhador sai da sua rotina normal, ele deixa de sobrecarregar as estruturas que normalmente são exigidas na sua atividade profissional, conseguindo prevenir o surgimento das lesões e doenças por esforços repetitivos.

Para que sejam, de fato, uma renovação para o corpo, deve-se deixar de lado a idéia de que férias são sinônimos de marasmo e ócio. “Os tecidos de nosso corpo precisam desse estímulo para sua regeneração, por isso, a inatividade total está fora de cogitação”, alerta o fisioterapeuta. As sugestões são fazer aquilo que se gosta, praticar atividades físicas, dormir e comer adequadamente.

Convivência pacífica

“A dificuldade em relaxar é um problema que vem se agravando. Tem gente, inclusive, que utiliza as férias no trabalho ou na faculdade para fazer cursos”, lembra o psicólogo Luiz Gonzaga Leite.

Ou seja, não tem com o organismo se revigorar. Como o período de férias é essencial para a saúde, as pessoas devem se preocupar em gozá-lo da melhor forma possível. O ideal é planejar como o tempo será empregado.

No entender do terapeuta, se a pessoa tiver somente dez dias de descanso, por exemplo, o ideal é utilizá-los para realmente descansar a cabeça, se divertir, conhecer pessoas diferentes da sua rotina.

Segundo o psicólogo Ivan Gross, a principal causa para justificar o estresse durante as férias está relacionada com a transição do ambiente de trabalho para o ambiente de lazer.

“A competição exacerbada dos dias de hoje faz com que a pessoa necessite estar sempre bem informada, mesmo durante o período de descanso”, avalia. Assim, muitos não conseguem desligar o telefone celular nem deixar de acessar diariamente seus e-mails na internet.

Conforme Gross, a pessoa pode conviver satisfatoriamente com o estresse causado no trabalho, mas também sofrer com o estresse provocado pelo relaxamento das férias. Depois dessa ,confusão inicial, o corpo encontra equilíbrio na nova rotina. “A sensação de bem-estar dura até a aproximação do dia de retorno ao trabalho, mas essa já é outra síndrome”, brinca o terapeuta.