Siga a rota feita por Darwin de navio

Após 200 anos de seu nascimento e 150 anos da publicação de sua principal obra, A Origem das Espécies, o britânico Charles Darwin ainda surpreende o mundo. Suas teorias sobre a seleção natural são grandes legados deixados por esse cientista fora do seu tempo.

O naturalista se imbricava em pesquisas realizadas durante suas expedições mundo afora. A segunda delas – entre 1831 e 1836, pela Patagônia e Terra do Fogo, a bordo do navio Beagle – resultou em observações que, minuciosamente anotadas, levantaram importantes dados para suas teorias.

Mas o roteiro feito por Darwin revela mais que informações para pesquisas. As ricas fauna e flora da região mais austral da Terra unem-se à paisagem e história para dar origem a um roteiro único de navio – a viagem do naturalista resultou no batismo da Cordilheira Darwin e do Canal Beagle, por exemplo, magníficas geleiras pelas quais passou em sua expedição.

Divulgação
Na Ilha de Magdalena existem cerca de 85 mil casais de pinguins. Lá é possível chegar bem perto deles.

Do Ushuaia, capital da província da Terra do Fogo, ainda na Argentina, ao mítico Cabo Horn, no mar de Drake, a natureza revela-se intocada. Em meio aos picos nevados, a cidade fica envolta em um cenário aclamado por escaladores, trekkers e esquiadores.

Já a passagem pelo canal – que divide as águas dos oceanos Atlântico e Pacífico, no Chile – revela-se uma verdadeira aventura, com condições de navegação geralmente desafiadoras.

A região abriga importantes reservas biológicas, como os parques nacionais Cabo de Hornos e Alberto de Agostini. Lá, os albatrozes dominam o céu e, na terra, gigantescas colônias de pinguins encantam os visitantes.

Ao longo do Canal Beagle, a Baia de Wulaia merece uma caminhada de reconhecimento: o local foi um dos primeiros sítios arqueológicos onde habitaram os yamañas – tribo nômade da Patagônia – há cerca de dez mil anos.

Os intrincados canais da costa ocidental da Terra do Fogo reservam ainda o glacial Piloto, único por sua coloração azulada, que indica ter pelo menos mil anos. É hora de pegar barcos pequenos e navegar pelo meio da geleira.

O Pluschow, outro glacial que ergue-se no mar da Patagônia, recorda o pioneiro da aviação alemã, Gunter Pluschow, que em 1928 sobrevoou continuamente a Terra do Fogo com seu hidroavião Condor de Plata, tirando as primeiras fotografias aéreas da cordilheira Darwin e realizando o primeiro correio aéreo entre Ushuaia e Punta Arenas.

Magalhães

A Ilha de Magdalena, no Estreito de Magalhães, chama atenção por ser habitat de pinguins. As simpáticas aves são os principais habitantes da ilha, compondo 95% da fauna local, somando cerca de 85 mil casais.

Ali é possível chegar bem perto deles. Já na Ilha Marta são os leões-marinhos os anfitriões: muitas vezes eles acompanham os turistas nadando junto com as embarcações.

Por fim, aproveite Punta Arenas, a capital da região de Magalhães, no Chile. Além da bela natureza, a cidade tem boa gastronomia e é um excelente local para compras.

Leões-marinhos compõem fauna: muitas vezes eles vão atrás dos barcos durante a navegação.

Cruzeiros

Abril é fim da temporada de cruzeiros pela região. Depois, os navios voltam a percorrê-la em setembro. No ent,anto, algumas companhias ainda têm vagas para saídas este mês. A Cruceros Australis (www.australis.com), dispõe de dois navios que percorrem a rota de Darwin, o Mare Australis e o Via Australis.

A bordo há palestras sobre fauna, flora, glaciologia e história. Os pacotes pela Interpoint – (11) 3087-9400 – custam a partir de US$ 1.592 (3 noites) por pessoa, em cabine dupla, com refeições e bebidas, além de aéreo a partir de São Paulo. Sem aéreo, o mesmo pacote sai por US$ 1.050.

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