Lapa vai reativar seu cineteatro

O Cine Teatro Imperial deve voltar à lista de atrativos turístico-culturais da Lapa, município da Região Metropolitana de Curitiba. É que, depois de mais de quinze anos fechado e de ter passado por uma reforma e ampliação, o local será reaberto ao público na primeira quinzena de outubro. Ao todo, estão sendo investidos cerca de R$ 2 milhões, incluindo, além da obra propriamente dita, a aquisição de mobiliário e equipamentos. O investimento está sendo feito pelo governo do Estado, atual proprietário do imóvel, por meio da Secretaria Estadual de Obras Públicas.

O novo cinema terá modernos equipamentos, como projetor digital e novas cadeiras, que permitirão abrigar 280 pessoas. Os equipamentos de projeção serão ligados, via satélite, à TV Paraná Educativa para apresentação de filmes e programas educativos. Além de filmes, o Cine Imperial servirá também para execução de teleconferências e teleeducação, apresentações teatrais e musicais e eventos culturais.

O Cine Teatro da Lapa, situado à Rua Westphalen, no centro da cidade, foi construído e inaugurado em 1939 com o nome de Cine Líder. Parcialmente destruído por um incêndio, foi reerguido em 1943, quando passou a se chamar Cine Imperial. Mais tarde, quando foi arrendado por um grupo de médicos, seu nome mudou novamente, agora para Cine Glória. Pouco depois, foi desativado. Pela importância histórica do imóvel, que é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o governo do Estado adquiriu o prédio para que fosse restaurado.

Projetos

Não é só o novo Cine Teatro Imperial o responsável pela motivação do trade turístico lapiano. Segundo a diretora de Turismo, Schirley Bubniak Jardim, a cidade desenvolve um trabalho para incrementar o turismo rural. Os projetos serão lançados a partir de setembro e a meta é aumentar o número de turistas dos atuais dois mil para cinco mil visitantes por mês.

?Queremos também aumentar o tempo de permanência do turista na cidade para dois a três dias; hoje, só a metade dos visitantes fica mais de um dia aqui?, comenta a diretora.

Uma das ações será a revitalização da Rota dos Tropeiros, roteiro turístico que abrange pousadas urbanas e rurais, restaurantes e museus. O objetivo é mostrar a história da cidade, suas lendas, tradições, cultura e gastronomia, deixadas pelos tropeiros, no século 17, que vinham do Rio Grande do Sul e paravam na Lapa antes de seguir rumo a São Paulo.

Outro projeto que está na pauta da Secretaria Municipal de Turismo é a cavalgada, um produto turístico que, segundo Schirley Jardim, deverá integrar a Lapa com os municípios de Campo do Tenente, Balsa Nova, Porto Amazonas e Rio Negro. ? A intenção é proporcionar aos turistas a vivência dos tropeiros?, diz a diretora de Turismo.

Turismo rural

Além disso, o município está desenvolvendo o projeto Roteiros Rurais, com a intenção de divulgar as propriedades rurais que estão abertas à visitação turística e as que pretendem se inserir na atividade. Entre elas, está uma propriedade produtora de mel, pólen e própolis.

Cai visitação no Parque do Monge

A visitação no Parque Estadual do Monge, um dos principais atrativos turísticos da Lapa, caiu 30% nos últimos seis meses. A causa foi a descoberta de contaminação da água que joga de uma bica existente no local. ?A água da bica do Monge é considerada como sendo benta, milagrosa, o que sempre atraiu muita gente para cá?, diz Mansur de Jesus Daou, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Turismo. O parque é responsável pela atração mensal de 4,9 mil turistas do total de 7,1 mil que visitam a Lapa mensalmente.

A análise da água foi feita pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que verificou a presença de coliformes fecais, possivelmente pela proximidade com banheiros e lanchonetes. Desde então, uma placa foi instalada no local informando aos visitantes que aquela água é imprópria para consumo.

De acordo com Mansur Daou, uma solução para que a água volte a ser potável é que seja executado o plano de revitalização, proposto em 2001 pelo governo estadual, que prevê o deslocamento de lanchonetes e banheiros para mais longe da bica. ?Este plano de revitalização é muito bom, mas, infelizmente, há cinco anos está engavetado?, lamenta o secretário. ?A idéia é fazer algo semelhante ao que foi feito no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa?, complementa.

O Parque Estadual do Monge é um dos atrativos de turismo religioso do Estado. A gruta existente no local teria sido o refúgio escolhido pelo monge João Maria D?Agostinis em 1847. Até hoje, o local é visitado por turistas de diversas partes do Paraná. (DS)

Voltar ao topo