Inglaterra mostra atrações marítimas

Uma grande tradição marítima de aventureiros, exploradores, piratas e contrabandistas; o sabor do mar nos romances de Daphne du Maurier e Rosamunde Pilcher; peregrinos viajando para o Novo Mundo – tudo isso simboliza o Extremo Sudoeste da Inglaterra.

A atração marítima da Cornualha e de Devon continua a crescer, com a inauguração de novas atrações este ano.

Um Museu Marítimo Nacional; um centro dedicado aos Pilgrim Fathers (imigrantes puritanos ingleses fundadores da colônia de Plymouth) e outros emigrantes; e o maior aquário marinho da Europa encontram-se entre os mais recentes acréscimos da região, que já se orgulha do Projeto Eden (uma vasta floresta tropical coberta); a colônia artística de St. Ives e a boate Padstow.

Acrescente-se ainda os pitorescos vilarejos portuários da região, jardins aquecidos pelas correntes do golfo; os verdadeiros Jamaica Inn e Frenchman?s Creek, e pronto, você já tem aí férias com características náuticas.

Até mesmo o trem das 08:33 horas que sai da estação londrina de Paddington e vai até Plymouth, em Devon, leva o nome de um navio – “The Mayflower”. Foi este o navio que transportou um bando de reformistas religiosos determinados, os Pilgrim Fathers, na sua importante viagem para uma nova vida na América do Norte, em 1620.

Após 66 dias no mar eles eventualmente se estabeleceram em New Plymouth e constituíram as bases dos seus lares na Nova Inglaterra.

Mayflower

A estória é contada com muita vida no novo Centro Mayflower, na cidade naval e portuária de Plymouth, situado do lado oposto dos históricos degraus do porto, dos quais os peregrinos partiram há quase quatro séculos.

Ali também se conta como milhares de pessoas que emigraram para os Estados Unidos e outros países (principalmente Austrália e Nova Zelândia, e posteriormente o Canadá, que se tornou popular depois) e que começaram a sua viagem aqui.

Na cidade se respira um ambiente marinho, especialmente na área do antigo porto, com o seu mercado de peixes e alfândega, o Barbican, e o parque à beira-mar chamado Hoe. Foi aqui onde se diz que Sir Francis Drake acabou um jogo de ?bowls? antes de partir para enfrentar a Armada Espanhola que estava se aproximando.

Próximo ao Centro Mayflower encontra-se o Aquário Marinho Nacional que, dentre as suas inúmeras maravilhas, orgulha-se de possuir a maior coleção mundial de cavalos marinhos.

Dentre as suas mais novas atrações há um recife de coral repleto de peixes de cores vibrantes e o mais fundo tanque da Europa, com três andares de altura, que contém uma ampla variedade de tubarões que você pode ver bem de perto (se você ousar) dentro de um túnel transparente pelo qual se pode caminhar.

A oeste de Plymouth você pode cruzar o largo Rio Tamar, através de duas altas pontes – de carro ou de trem, saindo de Devon e entrando na Cornualha. Você pode apreciar a visão de navios de guerra e o imenso oceano resplandecente.

O Reino Unido possui mais costa do que qualquer outro país da Europa, sendo que ninguém mora a mais de 120 quilômetros de distância do mar.

Mas é somente na Cornualha que você realmente sente que o mar está presente em todas as partes: um pedaço de terra que se projeta precariamente no Atlântico, as suas duas costas estão a apenas 6,5 quilômetros de distância no seu ponto mais estreito.

Portanto, a Cornualha era uma escolha óbvia como localização para um novo Museu Marítimo Nacional (a ser inaugurado em outubro deste ano). O edifício elegante e moderno, revestido de carvalho inglês, encontra-se ao lado do mar na cidade portuária de Falmouth, na beira do terceiro maior porto natural do mundo (os portos de Rio de Janeiro e Sidney estão no topo da lista).

Até bem recentemente, Falmouth era uma cidadezinha quase sonolenta, apesar de já ter sido o segundo mais importante porto do Império Britânico. As suas principais atividades, depois do turismo, são a construção de iates luxuosos, conserto de navios e a pesca de ostras (ainda são vistos barcos de pesca de ostras no Rio Fal). Porém o museu está trazendo vida nova e agitação à cidade.

A entrada é pela Events Square, rodeada de lojas e restaurantes, e o ponto central de entretenimento ao ar livre, particularmente durante o Festival de Ostras da cidade (outubro).

Dentro dela, onze galerias incluem várias instalações com pequenas embarcações históricas da coleção nacional.

Elas variam de um barco a remo de 21 metros usados pelos estudantes de Eton no fim do século XIX, a embarcações ganhadoras de medalhas olímpicas, tais como barcos, canoas, iates, lanchas e embarcações de trabalho ao queche usado por Sir Robin Knox-Johnston para fazer a sua primeira circunavegação do globo sozinho e sem paradas.

Você pode comparar o pequeno iate da Rainha Elizabeth II ao mais moderno bote de corrida de fibra de carbono.

Descubra mais sobre as tradições náuticas da Cornualha em várias exposições. Como sete gerações da mesma família fizeram do mar o seu ganha-pão; e como os 40 navios do correio do Falmouth Packet Service tornaram a cidade um centro de comunicação mundial, de 1688 até o aparecimento do telégrafo elétrico.

Os visitantes descerão à Galeria Tidal, onde janelas mais grossas do que o punho de um homem e com cinco metros de altura têm vista para o Porto de Falmouth. Veja os peixes e outras criaturas marinhas – às vezes até mesmo corvos marinhos mergulhando em busca de comida – é como se fosse um aquário ao revés.

Depois é hora de subir a alta torre de trinta metros de altura do museu para apreciar a vista aérea do porto. Faça um lanche em uma cafeteria no último andar enquanto admira a paisagem.

Nenhuma visita à Cornualha deve excluir a cidade dos artistas de St. Ives, a sua Galeria Tate bem diante da praia; Newquay, o paraíso dos jovens surfistas, com uma vida noturna sem igual; ou o Projeto Éden, próximo a St. Austell, que foi inaugurado em 2001.

Embora não seja do âmbito marítimo, esta atração do tipo ficção científica, com as suas estufas esféricas ou ?biomos? que contêm cascatas, casas de bambu e flora tropical provenientes de partes distantes do mundo – tudo isso situado em uma antiga pedreira – é surpreendente.

Algo com um sabor definitivamente marítimo é a culinária da região. Agora é tão fácil encontrar pesca marinha ou ostras nativas recém-saídas do mar como encontrar também fish-and-chips.

O Rick Stein?s Seafood Restaurant, em Padstow, é um dos melhores do gênero.

O teatro da Cornualha tem também um toque marítimo: o Teatro Minack ao ar livre, em Porthcurno está no topo de um penhasco, com o agitado Atlântico como cenário de fundo.

Com relação a hospedagem, os locais variam de simpáticas fazendas e bed and breakfasts administrados por famílias a hotéis de luxo. No verão vale a pena reservar com antecedência: esta região é tradicionalmente a favorita dos próprios britânicos.

Para mais informações entre em contato com o British Tourist Authority. No site www.visitbritain.com/tourbritain, há um itinerário do Sudoeste da Inglaterra e algumas dicas.

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