Fique atento às doenças mais comuns para os viajantes

Com o maior deslocamento de pessoas, principalmente nos períodos de recesso e férias escolares, aumenta a probabilidade de disseminação de doenças transmissíveis, muitas evitadas por vacinas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem, entre as doenças mais comuns em viajantes estão aquelas transmitidas por águas e alimentos contaminados, como hepatite A, febre tifóide e cólera, e as transmitidas por picadas de insetos, como dengue, malária e febre amarela.

Um estudo publicado em 2003 pela revista britânica The Lancet estima que de 100 mil pessoas que irão viajar para países em desenvolvimento, metade terá pelo menos um problema de saúde. De acordo com o roteiro e a característica da viagem, a pessoa está sujeita a doenças. Erradicada na maior parte do mundo, a poliomielite, por exemplo, ganhou força este ano na África e na Ásia.

“O ideal é que a pessoa, antes de viajar, consulte um médico especializado em Medicina do Viajante que vai avaliar seu estado de saúde, recomendar vacinas e sugerir condutas preventivas de acordo com as características da viagem a ser feita”, afirma o infectologista Jessé Alves, membro da direção da Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem, do Núcleo de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e do Serviço de Consulta e Vacinação do Viajante do Laboratório Fleury.

Destinos, doenças e vacinas

Confira algumas das doenças e vacinas indicadas para viajantes:

Sarampo, caxumba e rubéola – nem os países desenvolvidos escapam do sarampo – este ano, os Estados Unidos registram 131 casos em 17 estados. Os pais devem antecipar a vacina para crianças com destino às áreas de risco. A vacina monovalente pode ser administrada a partir dos 6 meses de idade e a tríplice viral, a partir dos 12 meses.

Difteria-tétano – as crianças já são imunizadas no calendário oficial de vacinas, mas os adultos e os idosos devem ficar atentos se já receberam o esquema completo das vacinas e se estão em dia com a dose de reforço dupla Adulto (dT), tomada a
cada 10 anos.

Febre-amarela – hoje, as áreas de risco compreendem as zonas rurais e selvagens do Norte e Centro-Oeste, partes do Nordeste (Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo sul da Bahia), do Sudeste (Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo) e do Sul (oeste do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul). Disponível nos postos de saúde e nas clínicas privadas, a vacina deve ser tomada 10 dias antes da viagem.

Meningite meningocócica – as leis da Arábia Saudita exigem o certificado de vacinação para os peregrinos a Meca e Medina. A imunização é indicada para aqueles que se dirigem ainda para a região sub-saárica da África, conhecida como “cinturão da meningite”.

Varicela (catapora) – a vacina pode ser administrada a partir de 12 meses de idade. Gripe (influenza) – quando a viagem acontecer durante a temporada de gripe, em geral do final do outono ao início da primavera do país de destino.

Raiva – a vacinação profilática é indicada para países da África e do Sul e sudeste da Ásia onde a raiva canina ou em morcegos é comum. Praticantes de ecoturismo devem ser vacinados.

Hepatite A – transmitida via alimentos e água contaminada, recomenda-se a vacinação, principalmente para locais com saneamento básico precário, como praias desertas, matas e vilarejos.

Hepatite B – Além de usar preservativo nas relações sexuais, o viajante pode se vacinar.

Febre tifóide – a vacina é indicada a praticantes de turismo ecológico ou alternativo em regiões com precárias condições de saneamento básico: África (exceto a regiões norte e extremo sul), sudeste asiático, México, Bolívia e países da Costa Andina
(com exceção do Chile).

Cólera – existe de forma endêmica e epidêmica em Angola, Moçambique, Uganda e Congo (África), Peru, Bolívia, Equador e Guiana Francesa (América do Sul), Nepal, China, Índia, Malásia e Paquist&at,ilde;o (Ásia) e alguns países do leste europeu.

Insetos, alimentos e água – Não existem vacinas contra várias doenças transmitidas por insetos – como dengue, malária, etc. No caso da malária, a prevenção é feita com base nas medidas de proteção individual e em medicamentos.

Para as demais doenças, o viajante deve usar sempre repelente (com no mínimo 30% de DEET), sobre o protetor solar, e reaplicar o produto a cada quatro horas.

As doenças transmitidas por alimentos e água são as mais comuns entre os viajantes, com destaque para a diarréia. Para evitar, o viajante deve beber apenas líquido engarrafado industrialmente, nunca tomar nada com gelo, usar copos e canudos, evitar alimentos condimentados, crus ou mal cozidos, comer frutas e legumes bem lavados.

Para se evitar as diarréias provocadas pela bactéria conhecida por Etec, responsável por 50% dos desarranjos intestinais dos viajantes, existe a vacina internacionalmente conhecida por Dukoral. A Sanofi Pasteur, divisão do grupo Sanofi-Aventis, comercializa boa parte das vacinas indicadas para os viajantes.

Voltar ao topo