Bariloche é pura diversão e beleza

San Carlos de Bariloche abriga um dos centros turísticos de inverno mais importantes da América do Sul. A cidade fica encravada entre o Deserto da Patagônia e a Cordilheira dos Andes, na Província argentina de Rio Negro, fronteira com o Chile.

Com temperaturas médias que variam entre zero e 10 graus negativos, são os esportes ligados à neve que se sobressaem, principalmente o esqui e o snowboard. A cidade oferece diversão para todos. Há pistas para os mais experientes e também para quem quer começar a praticar o esporte.

No aeroporto de Bariloche o turista já tem uma boa idéia do que o espera. De um lado, paisagens arenosas e, do outro, os picos nevados da cordilheira, que integram a região de proteção ambiental mais antiga da Argentina, o Parque Nacional Nahuel Huapi.

Mais alguns quilômetros de carro ou de ônibus e os visitantes se deparam com a região dos lagos, sendo que o maior deles – também denominado de Nahuel Huapi – ocupa uma superfície de 60 mil hectares e tem profundidade de 464 metros em alguns pontos. É resultado das chuvas torrenciais do outono e também do degelo das montanhas.

A maioria dos cerca de 130 mil habitantes vive do turismo e no inverno são os esportes praticados na neve que atraem os visitantes. O Cerro Catedral é o conjunto de montanhas mais procurado pelos esquiadores. Possui dois mil hectares de ladeiras esquiáveis com 67 quilômetros de pistas.

Cerca de 30% delas são para iniciantes, outros 45% têm nível intermediário e o restante é destinado para esportistas experientes. As pistas são distribuídas em três níveis. Algumas ficam na base da montanha, a 600 metros de altitude, outras estão a 1200 metros e as mais elevadas, a dois mil metros.

Os mais experientes podem alugar os equipamentos e seguir direto para as pistas ou contratar guias para conhecer melhor as ladeiras. Quem não sabe esquiar não fica perdido, há vários instrutores disponíveis. Só depois de pegar o jeito é que se está liberado para praticar nas pistas consideradas de nível fácil.

Mas o lugar não é destino apenas para quem quer esquiar. Os visitantes também podem subir até o cume da montanha para apreciar a paisagem. Durante o passeio, pode-se vislumbrar a copa das árvores cobertas de neve, além das águas de riachos que vencem o frio e seguem em direção aos vários lagos que existem na região. A visão é magnífica.

Em cada uma das estações é possível fazer uma parada para almoçar, fazer um lanche ou apenas tomar um chocolate quente. O turista só precisa prestar atenção nas condições climáticas. Se estiver nevando é bom optar por um meio de elevação que tenha proteção, pois no alto da montanha costuma ventar forte e o gelo pode agredir a pele.

Depois do passeio ou de um dia inteiro esquiando, o turista encontra na base do cerro abrigo em um centro comercial que conta com um shopping, cafés e restaurantes.

Cerro e ilha são parte do roteiro

A caminhada é uma alternativa ao
esquipara conhecer a paisagem
da região de Rio Negro.

Quem vai a Bariloche também não pode deixar de conhecer o Cerro Otto que tem 1400 metros de altura. O acesso é feito com um teleférico de quatro lugares. Lá em cima há uma casa de chá giratória. Enquanto o visitante aprecia a vista das montanhas nevadas e a do Lago Nahuel Huapi, pode tomar um gostoso chocolate quente, acompanhado de bolos e tortas.

Além disto, também foi construída uma pista para quem não sabe esquiar, mas quer se divertir na neve. Com a ajuda de um assento plástico pode-se deslizar no gelo praticando o “esquibunda”, como é chamado pelos brasileiros. Nesta hora a idade não co,nta, a prática diverte desde as crianças até os adultos.

O “esquibunda” também é praticado no Serro Pedras Brancas. Lá as pistas e a velocidade durante a descida da montanha são maiores.

Ilha Vitória

Outro passeio que vai encantar os turistas é a visita à Ilha Vitória, a mais extensa do Lago Nahuel Huapi. Tem superfície de 3,7 mil hectares e comprimento de 20 quilômetros. Durante uma hora e quarenta minutos os visitantes se deliciam navegando pelo lago. Mas o passeio deve ser feito em um dia que não esteja chovendo. Caso contrário, os vidros do catamarã ficam embaçados e a visão do lago prejudicada.

No interior da ilha há vários lagos e o visitante também pode apreciar um pouco da fauna local. É comum a presença de corvos de água doce, corvos imperiais, faisões, perus reais, pica-paus e beija-flores. A ilha também abriga pinturas rupestres com mais de 500 anos e o Bosque Arrayanes, com árvores cor de canela, espécie encontrada apenas em Bariloche.

O Circuito Chico é uma das excursões mais tradicionais da cidade. Ele é feito de ônibus com várias paradas. Inclui a subida ao Cerro Campanário de onde se tem uma vista privilegiada dos lagos que o cercam.

Seguindo adiante, o visitante pode apreciar a água esverdeada do Lago Moreno no seu encontro com o Nahuel Huapi, além da espessa vegetação com árvores nativas, que crescem há poucos quilômetros do deserto, região onde fica o aeroporto da cidade. Pelo caminho há ainda vários paredões rochosos, muito procurados no verão para a prática de escaladas.

Os turistas também fazem uma parada para conhecer a fabricação de produtos de beleza oriundas da rosa mosqueta e uma visita rápida a um dos hotéis cinco estrelas mais importantes da Argentina, o Llao Llao, construído na década de 1940.

Opções para até nem se lembrar da neve

Fotos: Elizangela Wroniski
A catedral, da década de 40, impressiona
pela beleza e rusticidade.

Bariloche não é apenas neve. Vale a pena reservar dois dias da viagem para conhecer a cidade. O Centro Cívico e a catedral construídos com pedra impressionam pela beleza e rusticidade.

Além disto, o comércio local é muito forte. Pode-se comprar uma série de artigos como roupas e artesanato, além de se deliciar com os tradicionais chocolates. A noite também é cheia de vida. Há restaurantes, pubs e até um cassino.

O Centro Cívico abriga um conjunto de edifícios oficiais construídos com pedras e cipreste, uma madeira de cor amarelada natural da região. Perto dali também fica a imponente catedral, erguida na década de 1940, ornamentada com vitrais que exibem motivos históricos e religiosos.

As paredes extremamente grossas criam um mundo à parte. A barulheira da cidade fica distante, sendo um convite para um momento de relaxamento e meditação.

Outra opção é conhecer o Museu da Patagônia, também construído na década de 1940. Ele tem cinco salas de exposição permanente que tratam de temas como ciências naturais, pré-história, etnografia e história regional.

No simpático Centro Cívico, os edifícios
oficiais construídos com pedras e
ciprestes.

Depois de aprender um pouco sobre a arquitetura e a história do lugar, o turista pode se deliciar no comércio local. A cidade é especialista na produção de chocolates.

Em cada esquina há uma chocolateria, sendo difícil optar por uma delas. Para ajudar as pessoas a se decidirem, os comerciantes costumam oferecer uma pequena prova.

Mas mesmo depois de optar pela loja, também é difíc,il escolher entre os diversos sabores. Há chocolates para todos os gostos, misturados com frutas, castanhas, nozes, licores. Impossível ir a Bariloche e não se entregar a estas delícias.

Além das chocolaterias, o centro comercial também abriga uma infinidade de outras lojas. É possível comprar roupas de couro, lã, roupas para neve, peças de artesanato feitas de cobre ou madeira, além de produtos cosméticos à base de plantas cultivadas na região, como a rosa mosqueta, que tem um alto poder cicatrizante. Há ainda doces, geléias, defumados, licores e vinhos.

A gastronomia é outro ponto forte. Depois de um dia inteiro passeando é possível recarregar as energias em algum dos mais de cem estabelecimentos especializados na alta cozinha européia, churrascarias, casas de massas, pizzarias, confeitarias e casas de chá. Não se pode ir embora sem saborear as tradicionais trutas, javalis, veados e queijos defumados, além de apreciar um delicioso fondue.

Quem achou pouco e ainda quer esticar a noite pode procurar um pub ou terminar a noite no cassino. São quinze mesas de roleta, doze mesas de ponto e banca, além de sessenta máquinas traga-moedas. Pode-se voltar para casa apenas ao raiar do dia.

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