Mulheres optam pela dança como atividade física

Dançar faz bem para o corpo e para a alma. Pensando nisto, cada vez mais mulheres optam pela dança para fazer uma atividade física aliada ao lazer, para desestressar e focar em si mesma. As academias de dança ficam cheias, principalmente à noite, de mulheres que querem se divertir e ainda mexer o corpo. E ainda tem mais um benefício: a socialização. Quem dança conhece muita gente, faz amizades e não quer ficar parado dentro de casa. Dançar acaba se tornando em momento dedicado a si mesma.

“Muitas mulheres dizem que, quando dançam, esquecem seus problemas. Mas eu digo que é aqui que você lembra que existe. É uma fora de se conhecer melhor e de estar bem consigo mesmo”, comenta o coreógrafo e professor Walmir Secchi, sócio-proprietário do Centro de Dança Latina Walmir Secchi. Para começar a dançar, não existe qualquer requisito. Pode ser em qualquer idade e não é necessário experiência em dança. A professora Bianca Bernardes de Queiroz, 34 anos, retomou as aulas de dança há cerca de cinco meses, depois de um tempo parada.

Daniel Derevecki
Rebeca e o parceiro de dança, na aula, Rafael Athanasio; ela já se arrisca em outros ritmos, mas ainda prefere a salsa.

Ela começou a fazer aulas há oito anos, mas deu uma pausa enquanto morou fora do país. A professora fez questão de recomeçar com as aulas de dança assim que voltou a morar em Curitiba. “Comecei com a dança pensando no lazer. Mas não sabia dançar junto e fui aprendendo com as aulas”, ressalta Bianca, que faz aulas no Centro de Dança Latina Walmir Secchi. Ela disse que adora dança latina. “Dançar ajuda muito, principalmente na autoestima e nos relacionamentos”, diz.

Por sua vez, a nutricionista Rebeca Tâmara Milan, 23, procurou a dança primeiramente como uma opção de atividade física. Até então, a única experiência com a dança tinha sido aula de balé quando era criança. Rebeca, que procurou o Dance Sempre Espaço Cultural, experimentou primeiro a salsa, há um ano e oito meses, e não parou mais. “Saí bem animada e, da salsa, fui para outros ritmos. Mas o meu preferido continua sendo a salsa”, revela. Para ela, os grandes benefícios da dança estão no bem-estar e na comunicação com as pessoas, além da superação em aperfeiçoar os movimentos e evoluir na dança.

Sandra Macaggi, 62 anos, é outra mulher que decidiu se aventurar nos embalos da dança. Ela vai para as aulas de dança frequentemente, na companhia da irmã e da prima. “Foi a melhor coisa que eu fiz”, resume. Ela optou pela dança por causa da questão física, mas já se rendeu aos encantos. Sandra diz que não dá para ficar “enferrujando” em casa. “Faz três meses que estou dançando. Já danço forró e salsa. Eu adoro forró”, assegura Sandra, que também faz aula no Dance Sempre.

Benefícios de dançar regularmente

Daniel Derevecki
A grande quantidade de benefícios proporcionados pela dança é o motivo que faz as mulheres procurarem cada vez esse tipo de aula.

O bem que a dança faz para o corpo reflete para fora. “As mulheres comentam que são perguntadas sobre o que andam fazendo porque estão diferentes, com uma fisionomia diferente”, conta Walmir Secchi. Ele lembra que a dança é recomendada por terapeutas e médicos por causa d,a melhora na qualidade de vida. “A dança contribui para manter o equilíbrio do corpo. Também ajuda no controle da ansiedade, na coordenação motora, no equilíbrio, na respiração, na postura e até na paciência”, afirma.

A sócia-proprietária do Dance Sempre Espaço Cultural, Regina Montticelli, reforça que a maior parte das mulheres busca a dança para reduzir o estresse e para socializar. “Hoje, aonde se vai, tem música e as pessoas dançam”, salienta. “A dança de salão não é mais algo ligada à idade ou às pessoas mais velhas. Entre os benefícios, estão a melhora na postura, o relaxamento. Para a mulher, ressalta esta questão da feminilidade e resgata vários valores”, explica.

A maior parte das mulheres vai sozinha para as academias de dança, mesmo quando as modalidades requerem pares, como é o caso da dança de salão. Mas isso não importa porque muitos homens também vão sozinhos e todos estão dispostos a se juntar para aprenderem ou aperfeiçoarem a dança. “Não existe mais obrigatoriedade de levar o par”, declara Regina.

As mulheres que vão com seus namorados ou maridos são de perfis diferentes: ou jovens casais ou aqueles com estabilidade no relacionamento, quando os filhos já estão formados e vem a vontade de curtirem mais a vida. Entre os ritmos mais procurados, estão o samba, forró, sertanejo, tango, bolero, zouk (dança caribenha da região das Antilhas). As modalidades individuais que as mulheres mais participam são balé, hip hop, dança do ventre, jazz e zumba (dança misturada com ginástica).