Mulheres de Sucesso: a advogada Daniela Ernlund

Qual a relação entre o Direito Empresarial Internacional e os Direitos das Mulheres? Aparentemente, quase nenhuma, não é mesmo? Apesar de serem essencialmente tão diferentes, a advogada Daniela Ballão Ernlund, 42 anos, conseguiu unir esses dois aspectos do Direito em um trabalho em defesa da autonomia da mulher. Desde o último 8 de março, Dia Internacional da Mulher, ela é presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR). Nesta entrevista, ela conta sobre o trabalho que está desenvolvendo desde então.

– Como teve início sua trajetória profissional no Direito?

Entrei no curso em 1989, quando tinha 18 anos. Escolhi o Direito porque adoro política, filosofia e sociologia e o curso poderia atender todos esses meus interesses de uma forma mais prática. Ainda na faculdade, comecei a me envolver com o Direito Empresarial e Internacional, dando continuidade aos estudos desta área em um Mestrado nos Estados Unidos.

– Depois, como prosseguiu sua carreira até entrar para a diretoria da OAB?

Continuei atuando nessa área do Direito Internacional privado, com foco em empresas nacionais interessadas em expandir sua atuação para outros países e empresas estrangeiras. Trabalhei em escritório e na Electrolux. Atualmente, tenho meu próprio escritório. E sempre participei, de alguma forma, das atividades da OAB. Fui, inclusive, professora e coordenadora do curso de Direito de Contratos da Escola Superior da Advocacia (ESA).

– Mas como surgiu o convite para participar da Comissão da Mulher?

Primeiro, fui convidada para participar apenas como membro. Na época, não entendia muito bem como poderia ajudar com a minha especialidade, mas achei que era minha oportunidade de dar alguma contribuição como mulher. Depois, fui vice e este ano assumi como presidente porque a comissão foi desmembrada e a antiga presidente está à frente da Comissão de Estudos à Violência de Gênero.

E qual é o trabalho que sua comissão desenvolve?

Estamos atuando sob o ponto de vista econômico principalmente, promovendo ações para fortalecer o empoderamento das mulheres, mostrando que elas podem assumir mais cargos de gestão. Afinal, hoje em dia, as mulheres têm uma participação ativa na economia, pois têm um poder de compra muito grande, mas o mercado e a sociedade não estão preparados para elas. Para isso, precisamos de mais mulheres tomando decisões nas empresas e na política e criando políticas públicas e corporativas para atender as necessidades delas. Essas ações são tanto internas quanto externas.

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