Péssimo resultado

Em noite de protestos, Atlético frustra torcida e só empata com o lanterna

Felipe Gedoz perdeu um pênalti no primeiro tempo. Foto: Albari Rosa

Numa noite em que os fatos de dentro e fora de campo se misturaram, o Atlético frustrou de novo o seu torcedor. Se durante a tarde a diretoria prometeu atender pedidos dos torcedores, mas se recusou a mudar de opinião sobre as organizadas, na noite desta quarta-feira (11) o time novamente cometeu falhas e acabou empatando em 2×2 com o lanterna do Campeonato Brasileiro, o Atlético-GO. O jogo teve um dos piores públicos da história recente da Arena da Baixada, apenas 7.537 pessoas – enquanto isso, muita gente protestava fora do estádio. O resultado muda muito pouco o panorama rubro-negro, que fica “no meio do campo”, perdendo ótima chance de se aproximar do G7.

Confira como foi o jogo no Tempo Real da Tribuna!

A Baixada estava fria. Não só pela noite chuvosa, mas principalmente pela falta de gente. O clima naturalmente atrapalharia o público, e ainda houve muita gente que escolheu ficar na praça Afonso Botelho, onde torcidas organizadas e grupos de oposição promoviam uma “festa-protesto”, com todos os adereços e manifestações hoje impedidas de entrar na Arena. Mas era no estádio que a bola rolava, e o Atlético tinha em campo do meio para frente o que é considerado o time ideal para Fabiano Soares – Pavez, Lucho González, Guilherme, Nikão, Felipe Gedoz e Ribamar.

E o Furacão começou atacando, e quase abriu o placar com apenas dois minutos de jogo, no passe de Nikão para Fabrício, mas o chute do lateral saiu. Em seguida, Ribamar obrigou Marcos a fazer a primeira defesa. Com cinco minutos, a terceira oportunidade, de novo com Ribamar e de novo com o goleiro defendendo. Depois da pressão inicial, os donos da casa reduziram o ritmo, permitindo até uma chance do Dragão num erro incrível de Weverton, Thiago Heleno e Wanderson.

Muita gente ficou fora do estádio, na "festa-protesto". Foto: Lineu Filho
Muita gente ficou fora do estádio, na “festa-protesto”. Foto: Lineu Filho

Aos 21 minutos veio outro lance bizarro. No cruzamento de Fabrício, William Alves praticamente “espalmou” a bola. E o árbitro Dyorgines José Padovani de Andrade demorou uma eternidade para marcar o pênalti. Felipe Gedoz cobrou mal e Marcos defendeu. E como castigo, aos 24 minutos, Niltinho cruzou, Wanderson cabeceou para cima e Luiz Fernando teve tempo para dominar e chutar forte, sem chances para Weverton.

Se o clima já não era bom, imagine depois do gol do Atlético-GO. O Furacão sentiu o golpe e passou a ter terríveis dificuldades em criar. Mas no primeiro lance em que chegou à frente, conseguiu o empate. Cruzamento de Jonathan e cabeçada de Guilherme – Marcos espalmou, mas a arbitragem apontou que a bola entrou, apesar das reclamações dos goianos. E o Atlético acordou, tanto que Guilherme logo depois acertou a trave. E aos 41 minutos Gedoz cobrou o escanteio e Lucho González virou a partida.

Foi possível ouvir a festa fora do estádio. Os gritos de protesto, os incentivos (a oposição garantiu que o time iria ter apoio incondicional), o foguetório e a comemoração dos gols – tudo que acontecia na praça Afonso Botelho, e que na sua imensa maioria não se pode fazer na Arena. E quem estava fora do estádio acompanhava o jogo em um telão.

Teve faixa contra Mário Celso Petraglia na praça Afonso Botelho. Foto: Monique Silva/GloboEsporte.com
Teve faixa contra Mário Celso Petraglia na praça Afonso Botelho. Foto: Monique Silva/GloboEsporte.com

Eles – e os que estavam no estádio – levaram um susto no início do segundo tempo, quando Niltinho errou o cruzamento e quase encobriu Weverton. Preocupado com a pressão dos visitantes, Fabiano Soares resolveu colocar Eduardo Henrique no lugar de Lucho – e ouviu os gritos de “burro” dos torcedores de fora e de dentro da Arena. E só não ouviu de novo quando tirou Felipe Gedoz para colocar Sidcley porque a galera preferiu aplaudir o camisa 10.

Veja a classificação do Campeonato Brasileiro!

A partir das mudanças, ficava evidente que o Atlético buscava principalmente o controle do jogo e possíveis saídas em contra-ataque. E o Dragão se via dependente dos raros brilhos de Walter, que estava ainda mais fora de forma do que nos últimos tempos. Mesmo assim, ele marcou. Aos 38 minutos, ele se antecipou a Thiago Heleno e empatou o jogo. Não comemorou, foi aplaudido pelos rubro-negros e ainda agradeceu – festejar Walter era também criticar Mário Celso Petraglia, responsável pelo afastamento e posterior saída do atacante do Furacão. As vaias vieram, mais fortes ainda, no apito final de uma noite em que nada deu certo.

Ficha técnica

SÉRIE A
2º Turno – 27ª Rodada

Atlético 2×2 Atlético-GO

Atlético
Weverton; Jonathan, Thiago Heleno, Wanderson e Fabrício; Pavez, Lucho González (Eduardo Henrique), Guilherme, Nikão e Felipe Gedoz (Sidcley); Ribamar (Ederson).
Técnico: Fabiano Soares

Atlético-GO
Marcos; Jonathan, Gilvan, William Alves e Bruno Pacheco; Ronaldo (André Costa), Paulinho (Diego Rosa), Niltinho (Breno Lopes), Jorginho e Luiz Fernando; Walter.
Técnico: João Paulo Sanches

Local: Arena da Baixada
Árbitro: Dyorgines José Padovani de Andrade (ES)
Assistentes: Fabiano da Silva Ramires (ES) e Vanderson Antonio Zanotti (ES)
Gols: Luiz Fernando 22, Guilherme 32 e Lucho González 41 do 1º; Walter 38 do 2º
Cartões amarelos: Fabrício, Wanderson, Lucho González (CAP); Jorginho (ACG)
Renda: R$ 90.257,50
Público total: 7.537