Cascatinha Mercês Santo Inácio

Curva perigosa

Após série de acidentes na Cândido Hartmann, moradores cobram providências

Uma curva da Avenida Cândido Hartmann, situada nas imediações do número 2.700, na divisa dos bairros Mercês, Santo Inácio e Cascatinha, tem preocupado quem circula por ali, pelos graves acidentes registrados no local. De acordo com o administrador de empresas Pedro Norberto Alessi, 59 anos, que há mais de 50 anos mora na região, são constantes as colisões na via e o impacto de algumas batidas é tão intenso, que nem mesmo os postes resistem em pé, ao serem atingidos pelos carros.

Segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), em 2016 foram registrados 20 acidentes em toda a via, com 16 feridos e nenhum óbito. De janeiro a março de 2017, foram três acidentes na avenida, com três vítimas, mas sem mortes. Só no último mês de abril, o poste na altura do Parque Barigui foi atingido duas vezes.

Conforme a Copel, no dia 12, a batida causou uma interrupção de quatro horas, e o condutor fugiu do local sem ser identificado. No dia 22, o condutor foi identificado, e está sendo cobrado. Nesta ocasião foram necessárias sete horas para trocar o poste e normalizar o fornecimento.

“É uma quantidade absurda de acidentes, a gente passa por ali e quase todos os dias há marcas diferentes dos acidentes, nos postes e na pista. Não é possível que tantos aconteçam no mesmo local. Não sou técnico, mas acredito que há um problema de engenharia da curva, pois o meio-fio avançou sobre a rua, e isso pode confundir os motoristas menos experientes ou que não conhecem o local”, reclama Alessi. Segundo ele, em menos de dois anos, mais de 20 carros já bateram neste ponto.

Para a propagandista de vendas Gleiciara Medeiros de Souza, 31, que passa diariamente pelo local, melhorias poderiam evitar os acidentes. Foto: Felipe Rosa
Para a propagandista de vendas Gleiciara Medeiros de Souza, 31, que passa diariamente pelo local, melhorias poderiam evitar os acidentes. Foto: Felipe Rosa

Para a propagandista de vendas Gleiciara Medeiros de Souza, 31, que passa diariamente pelo local, melhorias poderiam evitar os acidentes. “Aqui não tem sinalização suficiente e este trecho, junto com a Rua Nicolau José Gravina, tem pouca visibilidade. Na Cândido Hartmann, acredito que o problema é a alta velocidade, os carros descem a rua a mais de 80 quilômetros por hora. Um radar seria útil para prevenir as batidas”.

Falta sinalização

De janeiro a março de 2017, foram três acidentes na avenida, com três vítimas, mas sem mortes. Foto: Felipe Rosa
De janeiro a março de 2017, foram três acidentes na avenida, com três vítimas, mas sem mortes. Foto: Felipe Rosa

“Já presenciei vários acidentes, é uma região perigosa, aqui não tem nenhum tipo de sinalização. Sempre tem acidentes, principalmente nas curvas. Melhor sinalização e um sinaleiro ajudariam”, opina a instrumentadora Fernanda Nobre, 27.

Outro motorista, o aposentado Paulo Faria, 63, também considera a região crítica, especialmente o cruzamento da Av. Cândido Hartmann com a Rua Nicolau José Gravina. “Nunca presenciei nenhum acidente, mas acho muito perigoso aqui, principalmente para quem vira, para acessar a Cândido Hartmann”, diz. Questionada pela Tribuna do Paraná, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) não respondeu se há previsão de alguma melhoria em estudo para o trecho.

Quem arca com o prejuízo?

Segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), mais de 3,5 mil postes são abalroados por veículos todos os anos no Paraná, o que resulta numa média de dez estruturas danificadas por dia. Além do prejuízo financeiro decorrente da reposição das estruturas e equipamentos danificados, essas ocorrências também causam interrupções no fornecimento de energia. Os abalroamentos por acidentes de trânsito são responsáveis por 80% das quebras de postes da Copel.

Curva fica na divisa dos bairros Mercês, Santo Inácio e Cascatinha, tem preocupado quem circula por ali. Foto: Felipe Rosa
Curva fica na divisa dos bairros Mercês, Santo Inácio e Cascatinha, tem preocupado quem circula por ali. Foto: Felipe Rosa

O custo médio para recompor cada estrutura gira em torno de R$ 2 mil, valor que é cobrado do responsável pelo acidente. Esse cálculo leva em conta os custos de reposição do poste e da mão de obra necessária para os reparos. De acordo com a energética, a cobrança só não é realizada em duas situações: quando o motorista foge com o veículo após o acidente e não é identificado, o que ocorre em pelo menos 30% dos casos; e quando o automóvel envolvido na colisão é roubado e o proprietário apresenta um boletim de ocorrência para comprovar o crime. A cobrança dos danos é feita por meio de fatura desvinculada da fatura de consumo de energia elétrica.

Sobre o autor

Paula Weidlich

(41) 9683-9504