Fazer justiça com as próprias mãos não é uma boa ideia

Foram quatro facadas. Duas no coração e duas na barriga. A arma do crime, um canivete daqueles que metem medo, demonstram poder. Autor do crime, o jovem de 18 anos disse que agiu na defesa da constituição e da sua integridade física. Assustador. A vítima fatal tinha 16 anos. Quando os fins justificam os meios?

O crime em questão aconteceu há 10 dias, mas foi elucidado na última sexta-feira. A bronca se deu dentro de um biarticulado da linha Pinhais/Rui Barbosa. O coletivo havia parado numa estação tudo no bairro Cristo Rei.

Allan Romero Feijó se apresentou e disse que foi um acidente. Que matou porque estava apanhando, indignado por tentar impedir que moleques ingressassem no ônibus sem pagar tarifa. Os famosos fura-catracas.

Investigação

Câmeras de segurança das ruas e das próprias estações de embarque da Urbs registraram imagens do jovem. A divulgação por parte da imprensa, a pedido da polícia, ajudou as autoridades na identificação do principal envolvido, forçando-o a se entregar.

O ameaçador canivete, que em nada se parece com aqueles dados de brinde em postos de combustíveis, estava sempre na cintura. Allan justifica que sempre teve medo de andar naquela área, mesmo se tratando de uma região tranquila. O crime foi à luz do dia.

Pedro Felipe Lopes da Luz, de 16 anos, estava com a namorada no ônibus. Os dois haviam pago a passagem. Mas e se não tivessem passado pela catraca? A que tipo de justiça, ou justiceiro, a sociedade deve aceitar confrontar os que andam fora da linha? O fio da espada de um cidadão revoltado com pequenos infratores não é, definitivamente, bom remédio.

O jovem Allan, que assassinou o jovem Pedro, deve pagar pelo crime, sem atenuantes. Justiça com as próprias mãos não é método com o qual devemos nos acostumar, ainda mais sem qualquer proporcionalidade.

Quando os fins justificam os meios? Nunca!

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