O tamanho da obrigação

O Atlético, aquele que não joga, até que enfim, irá jogar na Baixada: no horário humanista das 19h30, contra o Tubarão, na Baixada, pela Copa do Brasil. Esse Furacão, se não adota um projeto extravagante, cujo núcleo e jogar a cada 20 dias, no mínimo adota um modelo exótico de vida. E perigoso.

Em “Pep Guardiola a Evolução”, o gênio catalão trata de um tema que, nós mortais, conhecemos mesmo sem formação acadêmica de futebol e de prática dentro de campo: a falta de jogos a curto prazo pode adquirir o mesmo poder destrutivo que o excesso de jogos. Na locução de Pep, a falta de jogo estrangula (a expressão é dele) técnica e fisicamente um time.

Mas, esse fato, deve ser tratado como irrelevante para este jogo da Baixada. O jogo é contra o Tubarão, que lá em Santa Catarina anda caindo pelas tabelas. Imagine, só! Então, não há como se considerar, mesmo que remotamente, a hipótese do imprevisto surgindo durante um dado momento do jogo. Pelas circunstâncias, é o jogo no qual o Atlético carrega a obrigação de ganhar, e tem que prestá-la por completo. Entende-se por completo, vencendo não em razão da fragilidade adversária, mas em razão das suas virtudes. E deve tê-las.

Eu sei: o Furacão tinha a obrigação de ganhar de um time de voluntários como é o Rio Branco, e deu no que deu. Mas é essa uma das circunstâncias (talvez, a principal), que tem peso nessa obrigação de vencer o jogo de hoje, embora seja um outro time e uma outra competição. Uma vitória não vai absorver a humilhação que o clube submeteu a sua torcida no Estadual. Mas qualquer coisa diferente da vitória, pode fazer com que nervos internos sejam abalados. No tico-tico de Fernando Diniz, o Atlético deve ganhar.

Sonho sonhado

O atacante Dagoberto, aquele que foi revelado pelo Atlético, voltou do futebol americano. De Curitiba, não quer mais sair. Seu sonho era encerrar a carreira no clube que afirma ser “do coração”, o Furacão. Mas por não ser possível em razão do passado de conflitos com os atleticanos, e como não quer trair o coração, não considera a hipótese de jogar no Coritiba. Resta saber se nos sonhos de Dagoberto, em algum momento, apareceu o Paraná.