Cuidado redobrado

Risco de covid-19 em banheiro público: médico sanitarista orienta como se prevenir

Foto: Pixabay.

Com a sinalização da volta às aulas e a reabertura de shoppings, galerias, bares e restaurantes na pandemia, o cuidado ao usar o banheiro público deve ser redobrado. Mesmo se o banheiro for chique e bem decorado, ele pode esconder focos de contaminação. Por isso, todo o cuidado é pouco.

Identificar os possíveis riscos é a melhor forma de prevenir do coronavírus e também de outras doenças que podem estar escondidas no banheiro público. O toque é do médico sanitarista e professor de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Gilberto Berguio Martin. “Os banheiros são ambientes que muitas vezes têm menor circulação de ar. Por isso a orientação é de que a gente toque o mínimo possível nas coisas no banheiro. Qualquer tipo de uso que a gente vá fazer é preciso cuidados redobrados de uma forma geral”, alerta o especialista.

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Como é impossível não ter contato nenhum com as superfícies do ambiente, é importante sempre estar atento à higiene das mãos no banheiro. “O ideal é lavar as mãos assim que chegar no banheiro. E depois que fez uso, ir na pia e lavar as mãos novamente com água e sabão”, sugere o médico sanitarista. Além disso, sempre é bom enfatizar: não tire a máscara no banheiro público, afinal, por ter baixa circulação de ar, o coronavírus pode estar por ali.

A importância do distanciamento social se torna ainda mais necessária neste ambiente. Aquele hábito de algumas mulheres de irem juntas ao banheiro público nem pensar durante a pandemia. Além disso, é preciso respeitar o limite de capacidade do lugar. Por isso, se o banheiro estiver lotado, espere do lado de fora, respeitando a distância de 2 metros para quem está na frente a atrás na fila.

Descarga com a tampa sempre fechada

Você tem o costume de dar a descarga com a tampa da privada aberta? Cuidado! O hábito pode não só ajudar a propagar o coronavírus como também outras doenças.

A principal via de contaminação da covid-19 continua sendo a saliva, mas a urina e as fezes também podem disseminar a doença. Com a descarga de tampa aberta, as gotículas aerossóis de urina podem se espalhar pelo ar, o que aumenta o risco de contágio.

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Segundo o médico sanitarista, fechar a tampa do vaso sanitário faz parte da prática da boa higiene. “A gente é obrigado a fazer tudo aquilo que a boa higiene manda e isso não muda na pandemia”, orienta o especialista.

Vai sentar no vaso sanitário? Álcool gel

Se a intenção é ir ao banheiro público para fazer o número dois, o ideal é higienizar bem o assento do vaso com toalha de papel e álcool 70% – porcentagem menor não adianta de nada, vale ressaltar. “Se possível, é importante higienizar a patente. Fez o uso do lugar, vai até a pia e lave a mão com água e sabão. São cuidados gerais que já devemos ter, mas que devem continuar no período de pandemia”, salienta.

Secador de mãos? Nem pensar

Sabe aquele secador de mãos, que geralmente tem banheiros de shopping? Esqueça durante a pandemia! “O mais adequado é usar a toalha descartável. O secador de mãos não é recomendado, por mais que a gente não entre em contato com as bordas, o processo de secagem de ar comprimido por si só pode fazer a locomoção do vírus e ser uma possível fonte de contaminação”, ressalta o médico sanitarista.

Hábitos da rotina

Por mais grave que seja a situação da pandemia, o risco de contrair o coronavírus fez com que as pessoas mudassem hábitos. “Apesar que ainda há quem não respeite, o hábito de higiene de mãos e o uso das máscaras está incorporado no dia a dia das pessoas”, comenta Martin.

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E não só o coronavírus, como a gripe, e doenças como conjuntivite e diarreia podem ser prevenidas com a lavagem das mãos. “Levar as mãos é regra fundamental. Elas são a nossa principal fonte de contaminação. Costumo dizer que as mãos estão para o covid-19 como o mosquito Aedes está para a dengue. Lavar as mãos sempre que possível, de preferência com sabão líquido”, reforça o doutor Martin.