Barato que sai caro

Montar a própria lareira ecológica pode ser fácil, mas é muito perigoso. Entenda!

Foto: Ivonaldo Alexandre / arquivo Gazeta do Povo.

As baixas temperaturas fazem muita gente ir em busca de soluções para deixar a casa mais quentinha no inverno. As alternativas são muitas, desde quem aposta em tapetes, mantas e cortinas até quem procura investir em aquecedores e lareiras. E com a quarentena, a onda do faça você mesmo e o frio têm feito a procura por “como fazer uma lareira ecológica” crescer na internet. Apesar de parecer relativamente simples, reproduzir esse tipo de lareira em casa é altamente perigoso.

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Uma biolareira, que utiliza álcool como combustível e não lenha, oferece bastante aquecimento num ambiente. Elas não exigem instalação, construção de chaminés ou dutos. Alguns modelos são até portáteis. O perigo está em tentar recriar uma peça em casa, já que as lareiras ecológicas disponíveis no mercado são testadas previamente e possuem atoxidade certificada.

De acordo com a tenente do Corpo de Bombeiros Ana Paula Bagge, as lareiras improvisadas podem trazer riscos de acidentes, como queimaduras ou incêndios. “Quando há compra de um produto certificado, há sempre informações do fabricante de como se deve utilizar. Administrar álcool e etanol sem segurança é perigoso”, explica a tenente.

Além das queimaduras, os riscos são parecidos com aquela prática antiga, mas muito perigosa, de queimar álcool numa latinha para aquecer o banheiro. “Fazer isso num espaço totalmente fechado oferece um grande risco de intoxicação por monóxido de carbono – que se forma na combustão”, alerta Bagge. O monóxido de carbono é um gás produzido pela queima com pouco oxigênio e é perigoso por ser inodoro e tóxico.

Riscos dos aquecedores

Durante a época de inverno, um dos principais perigos é o aquecedor a gás. Utilizado para aquecer água, esse tipo de aquecedor oferece grandes riscos de intoxicação. “Dependendo do equipamento, se não tiver com a manutenção em dia, pode emitir monóxido de carbono”, alerta a bombeiro. 

Por não ter cheiro, o monóxido de carbono é extremamente perigoso. Uma situação de intoxicação pode causar sonolência, fraqueza, confusão mental, fazendo com que a vítima desmaie e venha a óbito horas depois, caso não seja socorrida. 

Segundo a bombeiro Bagge, a cor da chama do aquecedor pode mostrar se há falhas na queima. “O ideal é que a chama tenha uma coloração azul. Se tiver avermelhada ou alaranjada, pode haver falhas na queima, causando intoxicação”, esclarece. 

O aparelho, que normalmente fica instalado na lavanderia, às vezes pode ficar no banheiro, o que pode ser mais perigoso. “É preciso manter portas e janelas abertas, fechar tudo pode acontecer a intoxicação”, explica Bagge. Há também o perigo de vazamento de gás de cozinha ou gás natural, dependendo do tipo de aquecedor utilizado. Nesse caso, quando há vazamento de gás de cozinha, é preciso abrir portas e janelas, evitar acender fogão e não ligar qualquer interruptor.