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Exposição reúne gravuras e pinturas acessíveis a deficientes visuais em Curitiba

Exposição reúne gravuras e pinturas acessíveis a deficientes visuais em Curitiba. Foto: Divulgação / F22 Studio

“Luz” é o tema da exposição da artista plástica curitibana Estela Sandrini que entrou em cartaz no Espaço Cultural do INC (Instituto de Neurologia de Curitiba), no Pátio Batel. A mostra reúne pinturas a óleo, monoprinting (gravuras) e uma obra com uma reprodução feita em alto relevo acessível a pessoas com deficiência visual, que pode ser explorada por meio do tato.

A exposição pode ser visitada até o mês de novembro, segunda a sábado, das 11h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h, no Shopping Pátio Batel. A entrada gratuita.

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O conjunto de pinturas em exibição revela muito da personalidade da artista, uma “mulher incansável em sua trajetória de aprendizado e de grande ensinamento”, como informa a curadora da exposição, Meg Gerhardt. “Suas criações atuais consistem em pintar a sua memória estética e afetiva. O objeto central de suas composições marca presença em manchas e cores pela luz incisiva que propõe o olhar rápido, pela forma objetiva. A luz em suas derivações possibilita aproximar as pessoas de momentos de reflexão, proporcionando sair de si e navegar pelo universo artístico”, observa Meg, acrescentando que, hoje, Estela Sandrini possui 5% de sua visão total, chamada de ‘cegueira branca’.

A curadora pontua que na pintura a ideia de uma realidade não é somente resumida ao que é iluminado, mas abrange tudo, desde a representação da luz sobre os objetos até as sombras. “Com a sombra podemos criar no desenho, na pintura e na escultura belíssimos efeitos como o de dilatação do espaço, o de profundidade e o de valorização da parte mais iluminada. Quando pensamos dentro de nós, bem no fundo do coração, encontramos nosso ser real, invisível, feito de pensamentos, amor e de uma graça iluminada”, explica Meg Gerhardt.

See Color – Uma das pinturas, chamada de Despertar Emoções (2018), ganhou uma reprodução da tela feita pelo sistema See Color, que possibilita o reconhecimento das cores entre as pessoas com deficiência visual. Esse método consiste em destacar cada cor usada na obra em alto relevo, ou seja, aplicando uma linguagem tátil das cores. Desta forma, as pessoas com algum tipo de deficiência visual (baixa visão, daltonismo e cegueira, por exemplo) poderão “sentir” as cores através do toque. O projeto See Color foi desenvolvido pela professora e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandra Marchi.

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A exposição “Luz” está montada dentro da filial do INC no Pátio Batel, localizada no piso S1 do shopping. “Ficamos muito felizes em apresentar o trabalho da artista Estela Sandrini, que ainda aborda a acessibilidade e aproxima as pessoas de um momento importante de reflexão, pois os serviços culturais podem e devem oferecer oportunidades a todos. Mais uma vez, o nosso espaço destaca o valor da arte para a sociedade”, observa Regina Montibeller, diretora administrativa do Hospital INC. A exposição recebe apoio do Restaurante Hai Yo.

A artista

Formada em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Estela Sandrini tem especialização em Antropologia Filosófica pela UFPR e Didática em Desenho pela PUC-PR. Trabalhou no ateliê do professor Juan Carlo Labourdette, em Buenos Aires, e lecionou na EMBAP. Participou de diversas exposições coletivas e individuais em instituições como Katzenstein Gallery (EUA), Brazilian-American Cultural Institute (EUA), Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Galeria de Arte Banestado, Fundación Centro de Estudos Brasileños (AR), Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, Conjunto Cultural da Caixa (BA), Ecomuseu de Itaipu (PR), Centro Cultural Jorge Luis Borges (AR) e Galeria de Arte do Banco Itaú (SP).

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As últimas exposições individuais da artista foram realizadas nos anos de 2021 e 2022, “O que resta”, no Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões, e “O Sentido do Olhar”, no MUMA (Museu Municipal de Arte), respectivamente. Estela Sandrini também é uma referência na área da gestão cultural, entre os anos de 2011 e 2017, foi diretora Cultural do Museu Oscar Niemeyer (MON)

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