Curitibanos com mais de 60 anos estão tendo uma oportunidade única de participar de um workshop para levá-los aos palcos do renomado Festival de Curitiba. O espetáculo “A Velocidade da Luz”, um dos destaques da Mostra Lucia Camargo deste ano, buscou novos talentos entre idosos curitibanos para suas duas apresentações durante o evento.

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A oficina, aberta a idosos com ou sem experiência teatral, aconteceu na Praça Santos Andrade, em duas sessões: às 10h e às 14h.

Criado pelo diretor argentino Marco Canale, “A Velocidade da Luz” é um projeto itinerante que já encantou públicos em diversos países, incluindo Alemanha, Japão, Suíça, Espanha e Chile. No Brasil, a peça já passou por Santos e agora chega à capital paranaense. “Há muita vontade de conhecer a Curitiba e seu território e mergulhar neste projeto com as pessoas”, afirma Canale.

O diferencial deste espetáculo está em sua abordagem inclusiva. Canale não seleciona um elenco tradicional, mas acolhe todos os interessados em participar da criação coletiva. “O espírito do projeto é achar possibilidades nas fragilidades e diversidade entre os mais velhos de um território”, explica o diretor.

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A peça se desenvolve em três atos distintos. Inicia-se com o encontro entre seis idosos e cerca de 20 espectadores na Praça Santos Andrade. Em seguida, o elenco embarca em um processo criativo, explorando memórias, músicas e danças. O ato final leva o grupo a um local especial, onde os participantes aprendem a representar versões ficcionais de si mesmos.

Canale ressalta a importância de não limitar os idosos a suas experiências passadas: “Parte do espírito do espetáculo é não tomar os idosos como alguém que só tem passado, mas, sobretudo, falar sobre o presente e suas visões sobre o futuro.”

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Após sua jornada internacional, o diretor observou semelhanças entre pessoas da mesma faixa etária em diferentes culturas. Ele destaca a necessidade de reconexão entre gerações: “Os idosos precisam dos mais jovens e vice-versa. Mas há laços que se quebraram, enquanto corremos segurando o telefone e não temos tempo para ver quem queremos bem, mas que está fora do nosso eixo.”