A redação cobrada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é do tipo dissertativo-argumentativo. Isso significa que o participante deve apresentar uma tese sobre um tema proposto, desenvolver argumentos que sustentem sua opinião e concluir com uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

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Todavia, os estudantes ainda apresentam dificuldades na escrita de um texto dissertativo-argumentativo, conforme os dados do Ministério da Educação (MEC). Em 2024, dos 4,3 milhões de candidatos do Enem, apenas 12 tiraram nota mil na redação, entre eles, somente 1 era de escola pública; o número é consideravelmente menor do que no ano anterior, quando 60 estudantes tiraram nota máxima.

Por isso, abaixo, confira 8 dicas para fazer uma boa redação no Enem!

1. Introdução

A introdução deve conter informações sobre o assunto, e duas frases, afirmativas ou negativas, que serão explicadas nos dois parágrafos reservados ao desenvolvimento.

2. Desenvolvimento

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Use argumentos, baseados nas leituras feitas, para discorrer sobre as afirmações lançadas. Fazer citações, mencionar anos, fatos ocorridos etc., ajudarão a elevar a sua nota, pois demonstrarão conhecimento.

3. Conclusão

A conclusão deve trazer uma proposta de solução ao argumento defendido no texto. Para isso, os estudantes devem responder às seguintes perguntas:

  • O quê?: ações necessárias para resolver o problema. Sugerimos duas.
  • Quem?: agentes responsáveis pelas ações. Recomendamos que o poder público faça parte dos agentes.
  • Como?: a maneira como as ações serão praticadas.
  • Para quê?: efeitos esperados com a ação.

4. Evite ambiguidade

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Não basta conhecer a estrutura do texto. Uma redação bem redigida não pode ter ambiguidade. Exemplo:

  • Errado: Cida disse para Sérgio que sua mãe havia chegado. O fato de não deixar claro de quem era a mãe, gera ambiguidade.
  • Certo: Cida disse para Sérgio que a mãe dela/dele havia chegado. A substituição do pronome resolve a ambiguidade.
Menina sentada em sala de aula escrevendo
Uma boa redação tem frases e parágrafos bem conectados (Imagem: Ground Pictures| Shutterstock)

5. Construa um texto coeso

A coerência é estabelecida a partir de elementos que asseguram a ligação entre as palavras e as frases de um texto para garantir a continuidade da ideia e sentido. Para isso, são utilizados conectivos, preposições, pronomes e advérbios.

Exemplo 1

  • Ociosidade. Enem chegando. Tranquilidade.

As frases acima não apresentam ligação entre elas. Cada uma tem o seu próprio significado. Vamos transformá-las em um texto coeso?

  • Minha ociosidade me deixa preocupada, à medida que o Enem está chegando. Sendo assim, a tranquilidade precisa se transformar em estudo.

Exemplo 2

  • Sérgio só compra carne, porque é vegetariano.

A incoerência desta frase consiste no fato de que quem é vegetariano não come carne.

  • Sérgio só come legumes, porque é vegetariano.

Essa frase apresenta coerência.

O candidato precisa se preocupar, também, com a norma padrão da Língua Portuguesa, pois essa é a competência número 1 analisada pelos avaliadores.

6. Cuidado com a gramática

Erros gramaticais podem comprometer significativamente a sua nota na redação do Enem. Dominar regras de ortografia, pontuação, concordância e regência é essencial para garantir a clareza e a formalidade do texto.

7. Evite frases prontas e clichês

Expressões como “desde os primórdios da humanidade” ou “na sociedade em que vivemos” são genéricas e pouco criativas. Busque originalidade e clareza nas suas frases.

8. Exercite a escrita e a leitura

Treine a escrita de vários textos, lendo as redações que tiraram nota mil. E leia muito, porque o conhecimento é essencial para defender seu ponto de vista de forma clara, objetiva e segura.

Temas que podem ser abordados em 2025

No Enem, os temas da redação têm sempre um viés social e atual. Tenha isso em mente. Alguns dos possíveis temas para 2025 são:

  • Privacidade e segurança nas novas tecnologias;
  • Sustentabilidade ambiental nas grandes cidades;
  • Homofobia e inclusão LGBTQIAPN+;
  • Diversidade religiosa e tolerância no Brasil;
  • Uso excessivo de telas por jovens e saúde mental;
  • Analfabetismo no Brasil;
  • Violência escolar;
  • Envelhecimento no Brasil;
  • Violência doméstica;
  • Planos de emergência para desastres naturais.

Por Cida Simka, Sérgio Simka e Redação Edicase

Cida Simka é licenciada em Letras, e Sérgio Simka, mestre e doutor em Língua Portuguesa. Entre os livros que lançaram está “Prática de Escrita – Atividades para pensar e escrever”, publicado pela Wak Editora.