Sensibilidade ao frio ou a alimentos doces, superfícies dentárias achatadas ou ásperas. Dores musculares na face ou ao mastigar, além de dores de cabeça frequentes. Esses são alguns dos sinais de alerta para o desgaste dentário. 

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“Quando o dente perde sua estrutura natural, ele fica mais sensível, menos resistente e mais propenso a fraturas. Com o tempo, isso pode gerar dores ao mastigar, retração gengival, alteração na mordida e até problemas na articulação temporomandibular (ATM)”, explica o cirurgião dentista e coordenador do curso de odontologia da Uniderp, Luiz Fernando Moreira Maziero. 

Segundo o especialista, a perda gradual da estrutura dentária pode parecer inofensiva no início e incomodar apenas por questões estéticas, mas a condição pode estar associada a hábitos cotidianos e até a distúrbios, resultando em sérias consequências para a saúde bucal e para o bem-estar geral.  

Abaixo, Luiz Fernando Moreira Maziero aponta as principais causas do desgaste dentário. Confira!

1. Bruxismo

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Caracterizado pelo ato inconsciente de ranger ou apertar os dentes, que pode acontecer durante o dia ou à noite, pode causar dores de cabeça, incômodos e zumbidos no ouvido, além de desgaste e amolecimento dental e, em casos graves, problemas nas gengivas, nos ossos e na articulação da mandíbula. 

2. Consumo frequente de alimentos e bebidas ácidas

Refrigerantes, vinagre, frutas cítricas e bebidas energéticas podem ser vilões já que afetam diretamente o esmalte dos dentes e provocam a erosão, que é o amolecimento da camada externa do dente, provocado pelo pH ácido dos alimentos. O quadro pode ser agravado quando realizada a escovação de forma inadequada. 

3. Má oclusão

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Em condições normais, os dentes superiores devem encobrir ligeiramente os inferiores, ou seja, o arco dentário superior deve ser um pouco maior que o inferior. A mordida desalinhada pode provocar o contato dos dentes superiores com os inferiores ao fechar a boca de forma desequilibrada ou errada. Essa alteração no mecanismo pode trazer danos para os dentes, gengivas, ossos, músculos, ligamentos e articulações. 

Jovem com cabelo castanho curto usando regata marrom escovando o dente em frente ao espelho
A escovação ideal deve ser feita com uma escova com a cabeça pequena e cerdas macias (Imagem: Ground Picture | Shutterstock)

4. Escovação inadequada

Utilizar uma pressão excessiva na escovação, associada a uma escova com cerdas rígidas com frequência, pode causar desgastes. Por isso, deve ser feita dente a dente, com uma escova que tenha a cabeça pequena e cerdas macias. A qualidade da escovação não é medida pela força exercida durante a higiene dos dentes.

5. Refluxo gástrico crônico

Ocorre quando há o desequilíbrio entre as barreiras antirrefluxo, ou seja, quando a válvula que funciona como uma porta de entrada do alimento para o estômago não se fecha corretamente, fazendo com que o alimento e ácidos indesejáveis voltem para a boca. Entre os problemas que podem surgir na boca por conta dos ácidos, estão a erosão dentária e a cárie.  

6. Envelhecimento natural dos dentes

Além de redução na produção de saliva, retração gengival, aumento de sensibilidade e mudança na cor, o envelhecimento natural dos dentes também vem acompanhado do desgaste do esmalte. 

Consulte sempre um dentista

O dentista destaca que o desgaste não afeta apenas a estética do sorriso. “Ele pode prejudicar a mastigação e a fala, causar retração gengival e exposição da dentina (camada interna mais sensível), aumentar o risco de inflamações gengivais e cárie”, salienta Luiz Fernando Maziero. 

A avaliação periódica realizada por um dentista é fundamental para a identificação de hábitos prejudiciais e orientação quanto a ajustes simples na rotina que podem evitar desgastes severos, por meio de técnicas modernas e minimamente invasivas. 

Por Camila Souza Crepaldi