Em tempos em que a arquitetura de interiores valoriza linhas limpas e composições atemporais, surge um desafio cada vez mais evidente: como imprimir a identidade de quem habita o espaço sem comprometer a estética do projeto? Para a arquiteta Camila Palladino, à frente do escritório Palladino Arquitetura, a resposta está no equilíbrio entre o design autoral e a história pessoal do morador.
Mais do que um refúgio, o lar é uma extensão da personalidade. Cada objeto, cor e textura pode revelar fragmentos de quem vive ali, e, quando esses elementos se combinam com sensibilidade, o resultado vai além da beleza visual. “A casa deve contar a história do morador, mas com leveza e elegância. É nesse diálogo entre afeto e estética que nasce a verdadeira identidade do projeto”, afirma Camila Palladino.
Abaixo, confira 5 dicas de como garantir a identidade do morador em projetos sofisticados!
1. Valorize coleções
Quando o morador é colecionador, transformar essa paixão em parte da decoração é um gesto de autenticidade. Miniaturas, souvenirs de viagens ou garrafas especiais ganham destaque quando dispostos de maneira estratégica, seja em uma estante lateral, em nichos planejados ou em uma parede dedicada. Essas pequenas curadorias trazem vitalidade aos ambientes e despertam a curiosidade de quem visita, sem comprometer a harmonia visual.
2. Paixão por futebol

A relação do brasileiro com o futebol pode ser traduzida de forma sofisticada no décor. Um quadro, uma fotografia de época ou um pôster estilizado inserido no contexto certo tornam-se peças de arte. Em vez de pendurá-lo, apoiar o quadro no chão, quando o tamanho permite, adiciona um toque contemporâneo e descontraído, quebrando a rigidez da composição e aproximando o ambiente da personalidade do morador.
3. Um espaço dedicado à música

A música é uma forma de expressão que atravessa gerações e desperta emoções e, quando incorporada ao projeto, transforma-se em elemento de identidade. Criar um canto musical, com instrumentos expostos ou um pequeno estúdio integrado, permite que o morador viva sua arte dentro de casa. O espaço ganha alma, ritmo e autenticidade, tornando-se um verdadeiro refúgio criativo.
4. O valor do mobiliário com história

Peças herdadas da família ou móveis antigos restaurados são elementos que carregam memórias e simbolismos. Incorporá-los ao projeto reforça o elo entre passado e presente, equilibrando tradição e contemporaneidade. Esse tipo de curadoria afetuosa garante que a casa tenha camadas de significado, uma estética que se constrói com o tempo e que nunca sai de moda.
5. A força dos elementos naturais e do design brasileiro

Nada traduz melhor a identidade de um lar brasileiro do que o uso de materiais naturais, artesanato e peças de design nacional. Madeira, cerâmica, palha e fibras vegetais adicionam textura e calor aos ambientes, enquanto plantas tropicais e obras de artistas locais reforçam o vínculo com o território. Essa combinação entre natureza e cultura é um convite à conexão e à valorização do que é genuinamente nosso.
Por Bruna Rodrigues



