Santa Catarina abre a temporada de observação das baleias francas

Um lugar tranqüilo e seguro para dar à luz e amamentar os filhotes nos primeiros meses de vida. Assim é a Praia do Rosa, em Imbituba, para as dezenas de baleias francas que saem da Antártida e vêm ao litoral sul de Santa Catarina nesta época do ano.

Se por um lado é uma questão de sobrevivência para a espécie, que já foi considerada quase extinta entre as décadas de 70 e 80 devido à caça, por outro, é uma festa para o turismo local, já que os mamíferos atraem centenas de visitantes à região. É a modalidade de turismo chamada internacionalmente de whale watching.

Este ano acaba de ser oficialmente aberta a temporada de observação de baleias em Imbituba, que chega à sua décima edição. E a expectativa é a das melhores. Segundo Enrique Litman, proprietário da Vida Sol e Mar, primeira operadora no Brasil reconhecida pela Embratur e licenciada pelo Ibama a oferecer a atividade com barco, pelos primeiros dias de temporada, é possível prever um número quase dez vezes maior de turistas em relação ao ano passado. O período de observação vai geralmente até a primeira semana de novembro.

Encontro com as baleias

Nesta época, as baleias aparecem ao longo de 140 quilômetros do litoral catarinense, desde a Praia do Rincão, próximo a Criciúma, até Naufragados, em Florianópolis, porém, se concentram em maior número em Imbituba e Garopaba, por isso, estes são os melhores pontos de observação.

Quem quiser avistar os mamíferos pode fazê-lo por terra ou por mar. A Vida Sol e Mar oferece as duas modalidades, com estrutura profissional incluindo o acompanhamento de biólogos do Instituto Baleia Franca (IBF), uma organização não-governamental que trabalha em prol da preservação da espécie.

O que realmente encanta turistas é a observação por mar, feita em um barco com capacidade para 20 pessoas. Geralmente, as baleias chegam bem perto, bem perto mesmo, menos de cinco metros de distância. Há quem relate que o mamífero passou por baixo da embarcação, aparecendo do outro lado, como se estivesse brincando com os turistas.

No entanto, nem o “show” que as baleias apresentam na superfície, nem tampouco seu aparecimento próximo à embarcação podem ser garantidos por nenhuma operadora que oferece a atividade de observação.

“É bom lembrar que isso não é um parque aquático, é a gente que está invadindo o habitat delas, portanto, temos que respeitá-las e não podemos esperar um comportamento como se elas fossem treinadas”, explica um dos guias da Operadora Turismo Vida Sol e Mar que acompanham os turistas no passeio.

Porém, dificilmente o turista vai sair frustrado. Perto ou longe, comumente elas são avistadas, gerando curiosidade, expectativa de aproximação e, claro, muitas fotos.

Com sorte, o turista vai ver os mamíferos em saltos, nadando com seus filhotes, esguichando água pelas narinas a até cinco metros de altura, dando tapas na água com as nadadeiras.

O passeio compensa também pelas belas paisagens da região entre Imbituba e Garopaba. Um programa indicado para adultos e crianças que dura, em média, uma hora e meia, tempo que “voa”, diante de  tantos atrativos e a esperança de uma foto cada vez melhor.

Pousadas do Rosa: um atrativo à parte

Além das baleias, Praia do Rosa tem outros atrativos como as melhores ondas para o surfe e uma das baías mais bela,s do mundo.

A grande maioria das pousadas na Praia do Rosa nasceu mais ou menos da mesma forma. Eram casas de pessoas que costumavam veranear no local e acabaram construindo anexos para acomodar os amigos que também se apaixonavam pela região.

A boa propaganda boca-a-boca só aumentou a quantidade de pessoas nesta praia de Imbituba, tornando necessária a expansão destes locais, que acabaram se transformando oficialmente em meios de hospedagem. E não são quaisquer meios.

São hospedagens caprichadas, com decoração de bom gosto, muito aconchego, áreas de lazer e descanso e gastronomia de primeira. Confira quatro delas abaixo.

Quinta do Bucanero

Quinta do Bucanero tem dez apartamentos, todos com vista para
o mar; Vida Sol e Mar tem o Beach Village, com casas de alto padrão
para até dez pessoas.

Integrante do Roteiros de Charme, é considerado um dos melhores hotéis para casais do Brasil. E não é à toa: a pousada conta com 10 apartamentos de 35 metros quadrados, todos com vista para o mar, varanda, rede, ar-condicionado, travesseiros de plumas e látex, colchões de mola importados e duchas
superpressurizadas.

Recentemente, foi inaugurado o Clube Bucanero, um espaço com jacuzzis aquecidas, sauna seca, espaço gourmet, fitness e sala para massagem.
Diárias: a partir de R$ 398 por casal.

Mais informações: www.bucanero.com.br e (48) 3355-6056.

Hospedaria das Brisas

Recomendada pelo Guia 4 Rodas como uma das melhores pousadas da Praia do Rosa, a Hospedaria das Brisas conta com suítes e apartamentos equipados: cama box spring, ar-condicionado, telefone com linha direta, wireless sem custos, televisão, lareira e frigobar, entre outras facilidades. Na área social, piscina, jacuzzi aquecida, quiosque com churrasqueira, sala de jogos e recreação infantil.

Tudo em meio a muito verde.
Diárias: a partir de R$ 120 por casal.
Mais informações: www.hospedariadasbrisas.com.br ou (48) 3355-6020.

Caminho do Rei

Situada no alto do morro, a pousada tem uma privilegiada vista da Praia do Rosa, um dos melhores mirantes. Oferece hospedagem em apenas oito unidades, cada uma com características peculiares: os chalés têm total privacidade, com amplas varandas e redes.

As suítes estão construídas sobre rochedos, que se sobressaem no interior dos quartos. Os espaços envidraçados proporcionam uma visão panorâmica da praia. As suítes luxo têm características diferentes entre si (uma com lareira, outra com banheira de hidromassagem e a terceira é muito ampla – com uma vista de cinema). Todas as unidades têm detalhes de decoração e mobiliário personalizados.

Diárias: a partir de R$ 200 por casal.
Mais informações: www.caminhodorei.com.br ou (48) 3355-6062.

Vida Sol e Mar – Ecoresort e Beach Village

Composto de 29 chalés e 12 vilas na beira da Praia do Rosa, distribuídos em cinco mil metros quadrados, todos localizados entre 50 e 200 metros do mar. Todas as unidades do ecoresort oferecem vista panorâmica e são equipadas com cozinha, telefone, refrigerador, TV, aparelho de DVD, área externa com redes, cadeiras de balanço e estacionamento privativo.

As unidades denominadas master e luxo são equipadas ainda com cama box spring queen size, lareira, ar-condicionado e aquecimento a gás. Além disso, o ecoresort tem uma área chamada de Beach Village. São casas de alto padrão de acabamento que acomodam até 10 pessoas.

Todas têm cozinha e lavanderia totalmente equipada (microondas, geladeira, lava-louças, lava-roupas e secadora) e algumas unidades têm, ainda, ofurô ou piscina privativa. Um diferencial em termos de hospedagem na região.
Diárias: a partir de R$ 177 por casal (nas unidades mais simples).
Mais informações: www.vidasolemar.com.br ou (48) 3355-6111.

Obs.: os preços indicados são os menores cobrados em cada um dos estabelecimentos e podem sofrer alterações sem aviso pr,évio. Mais opções sobre os meios de hospedagem podem ser encontradas no site da Proa (Pousadas do Rosa Associadas): www.praiadorosa.com.br

Whale watching é um grande negócio

Divulgação
No Brasil, a atividade de observação teve início em Abrolhos, na Bahia, onde são avistadas as baleias jubarte.

O turismo de observação é bastante comum entre norte-americanos e europeus e já é consolidado como um grande negócio no turismo mundial. Só no ano passado, esta modalidade movimentou cerca de 12 milhões de turistas que viajaram para observar aves, baleias, elefantes marinhos e outras espécies em 87 países, gerando aproximadamente US$ 2,4 bilhões.

Um estudo realizado na América Latina (2.º Estudo del Avistamento de Cetáceos en America Latina, de Erich Hoyt e Miguel Iñiguez) prevê que o número de turistas observadores deve aumentar de 885 mil, registrados em 2006, para 1,4 milhão até 2010.

Entre os principais destinos de whale watching na América do Sul está a Península Valdez, na Argentina, mas a modalidade também é praticada no Chile e no Uruguai.

No Brasil, a atividade está praticamente só começando. O primeiro destino de observação de baleias foi a Bahia (Abrolhos), onde, na década de 90, foram avistadas as jubarte, uma espécie mais ativa que a franca, porém, que requer mais tempo de navegação – até duas horas – para conseguir observá-la.

Em Santa Catarina, o whale watching embarcado é praticado desde 1999. É difícil precisar quantos turistas são atraídos anualmente para este estado especificamente para observação de baleias.

Hoteleiros, donos de pousadas e empresas que fazem transporte em barcos estimam que este ano haverá uma demanda até três vezes maior do que a temporada do ano passado, quando mais de 3 mil visitantes praticaram a observação de baleias embarcados. Cerca 40% dos turistas observadores em Santa Catarina são estrangeiros que já tiveram esta experiência em outro destino.

Só a Operadora Turismo Vida Sol e Mar levou, na última temporada, 1,2 mil turistas para avistar os mamíferos em barco. Este ano, a operadora vai aumentar sua capacidade, com mais um barco, o Baleia Franca III, que começará a operar em setembro, com capacidade para 60 pessoas.

Centro de Interpretação

Em Imbituba, profissionais ligados ao turismo e à preservação do mamífero estão desenvolvendo o projeto do Centro de Interpretação de Baleia Franca, um conceito mais moderno de museu, onde o turista terá acesso a diversas informações sobre a espécie, contando com recursos multimídia. Além de exposição permanente, a intenção é a de que o local sirva também de base para trabalhos de pesquisas e de educação ambiental.

O projeto é uma iniciativa da Operadora Turismo Vida Sol e Mar, em parceria com o Instituto Baleia Franca (IBF), dentro do Prodetur Sul (Programa de Desenvolvimento do Turismo no Sul do Brasil), do governo federal. A jornalista viajou a convite da Proa -Pousadas do Rosa Associadas.