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‘Deus Salve o rei’ estreia com doses de ação, romance, humor

As novelas de época são um dos principais trunfos da Globo, mas uma trama medieval é novidade na emissora. Até agora. Primeira novela global situada nesse cenário, Deus Salve o Rei, de Daniel Adjafre, com direção artística de Fabrício Mamberti, estreia nesta terça, 9, na faixa das 19h, substituindo a bem-sucedida Pega Pega. Só pelas chamadas na TV – e pela sinopse do enredo -, há quem já a compare com Game of Thrones, o que, querendo ou não, pode ser um bom chamariz para o público jovem vidrado na série americana de grande sucesso. A série é, realmente, uma das inspirações para a novela ou foi mera coincidência? “A inspiração vem de todo o universo medieval, e não apenas de uma série específica”, responde o autor, à reportagem. “Afinal, além de Game of Thrones, estão aí também Vikings, Arthur, Camelot, The Tudors, Merlim, The Last Kingdom.”

Daniel Adjafre conta que a ideia do tema medieval veio de Fabrício Mamberti, a partir de uma lembrança do personagem de Antônio Abujamra em Que Rei Sou Eu?. “Em seguida, desenvolvi uma sinopse. A inspiração veio de toda a bagagem de contos e filmes medievais que vi ao longo da vida – Rei Arthur, Robin Hood, As Cruzadas”, completa ele.

Há séculos, na região de Cália, os reinos de Montemor e Artena vivem na mais plena harmonia. Afonso (Romulo Estrela) é o príncipe herdeiro de Montemor, rapaz justo, que foi preparado desde a infância para assumir o trono. Já o reino vizinho, de Artena, é governado pelo sábio rei Augusto (Marco Nanini), pai da ambiciosa princesa Catarina (Bruna Marquezine), prometida para o marquês de Codorna, Istvan (Vinícius Calderoni), mas que encontra em Constantino (José Fidalgo), duque de Vicenza, o grande aliado em suas artimanhas.

Quando morre a rainha Crisélia (Rosamaria Murtinho), avó de Afonso, o príncipe deveria a suceder. No entanto, ele se apaixona pela plebeia Amália (Marina Ruy Barbosa), de Artena, e entre seu destino como rei e seu amor por Amália, ele escolhe ficar com a bela moça e abdica do trono. Não resta outra alternativa a não ser que seu irmão mais novo, o despreparado Rodolfo (Johnny Massaro), assuma seu posto. É a chance que a malévola Catarina encontra para pôr em prática o plano de expandir seu reino. A paz entre os dois reinos, então, fica ameaçada. No elenco, estão também nomes como Caio Blat, Ricardo Pereira, Tatá Werneck, Monique Alfradique, Tarcísio Filho, entre outros.

Este é o primeiro papel de Bruna Marquezine como vilã. “Logo no início, já pensamos nela. O fato de a Bruna nunca ter feito uma vilã foi ainda mais instigante”, comenta Adjafre. “De modo geral, estamos saindo de várias zonas de conforto, e incentivando o elenco a fazer o mesmo. Aliás, não só o elenco, mas também a cenografia, a fotografia, figurino etc.”

Já os momentos de humor devem ser garantidos por personagens como o príncipe Rodolfo, de Massaro, e a controladora e fogosa Lucrécia, futura mulher de Rodolfo, interpretada por Tatá. “As situações que ele (Daniel, o autor) coloca o Rodolfo são muito engraçadas, e, ao mesmo tempo, ele vira rei. O irmão mais velho abandona o trono e vai embora por causa de uma plebeia, e deixa esse louco governando. O Afonso foi preparado para isso – e envolve realmente uma preparação que o Rodolfo não teve e não quis ter. Ele não sabe nem onde fica o reino no mapa”, contou Johnny Massaro, no final do ano passado, à reportagem.

Também em recente entrevista, Tatá descreveu sua Lucrécia. “O rei, vivido por Johnny Massaro, precisa se casar com alguém para assumir o trono. Aí ela manda uma pintura, só que meio ‘fotoshopada’, meio mentirosa. Quando a conhece, ele vê que é diferente, mas se apaixona e se casa com ela. Mas ela é uma princesa ‘quadripolar’, muda da raiva para o riso, para o choro muito rápido. É totalmente desestabilizada. A novela é uma comédia medieval, e está lindíssima”, elogiou a atriz.

De fato, cenário e figurinos devem ser atrações à parte na novela. A cidade cenográfica foi erguida nos Estúdios Globo. São dois galpões: no primeiro, foi instalado o reino de Montemor, com castelo e cidade fictícia e, no segundo, o reino de Artena e ainda uma área de chroma para as cenas com efeitos visuais, floresta e sequências de batalhas. O elenco mergulhou nesse universo por quatro semanas – e a preparação incluiu oficinas de dança, arco e flecha, hipismo, lutas corporais e com espada, culinária, entre outras.

Inter

Deus Salve o Rei é a primeira novela de Daniel Adjafre como autor titular. Formado em computação, Adjafre cursou também engenharia mecânica. E, em paralelo, foi se interessando cada vez mais por dramaturgia, tanto de TV como de cinema e teatro. “Logo pareceu ser um caminho natural a seguir, inevitável.” E quando soube que era em TV que gostaria de atuar? “Eu queria trabalhar com roteiro. E a TV foi uma grande chance que surgiu – com a Oficina de Humor da Globo. E a partir daí, as coisas começaram a dar certo”, lembra ele, que trabalhou na redação de programas como Zorra Total e algumas séries, e também como colaborador em novelas.

O autor adianta que a trama não trará paralelos com fatos atuais – “serão feitos de um modo geral, sem referências específicas”, ele garante. E acha que o público fará relação dessa monarquia mais tradicional retratada na novela com a monarquia dos tempos de hoje – sendo a família real britânica provavelmente a mais pop de todas. “Talvez. Mas os monarcas de Deus Salve o Rei são também um tanto pop para a época”, acredita Adjafre. “E é importante ressaltar que não há um rigor histórico. Montemor e Artena são reinos fictícios, e isso nos dá mais liberdade para fazer nossas próprias regras.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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