Contas abertas para evitar caixa 2

O candidato a governador pela coligação Vote Limpo 23 (PPS/PV), deputado federal Rubens Bueno, disse ontem que o indiciamento do prefeito Cassio Taniguchi pela Polícia Federal, que está subjudice, torna mais atual que nunca sua proposta de abertura das contas de campanha. “Não quero pre-julgar o prefeito. O julgamento é atribuição da Justiça eleitoral. Mas não há como esconder o fato de que as denúncias do caixa dois na eleição de Curitiba, assim como as investigações do Ministério Público, reforçam nossa tese de que os candidatos e alianças precisam dar transparência às doações e aos gastos de campanha”, afirmou Rubens.

O deputado lamentou o fato de que sua proposta – de que as contas sejam monitoradas por uma ONG, em parceria com entidades da sociedade civil – não tenha encontrado ressonância entre os demais candidatos ao governo do Estado. Rubens também espera uma resposta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e da seção estadual da OAB, comunicados formalmente da iniciativa. Num contato informal, o Movimento pela Ética na Política (MEP) elogiou a proposição e se dispôs a atuar como parceiro (em Curitiba, o MEP tem realizado um admirável trabalho de fiscalização da Câmara de Vereadores, já reconhecido por segmentos da população como de interesse público).

Fiscalização

“Em São Paulo, a seção regional da OAB fez proposta muito semelhante à nossa, e que foi divulgada pela imprensa paulista dias atrás”, lembrou Rubens Bueno. Ele recordou ainda que, no início desta semana, uma emissora de televisão, em seu jornal, fez ampla reportagem sobre os gastos de campanha na eleição presidencial, na qual várias autoridades defenderam a transparência nas doações e nas despesas como único caminho de assegurar maior legitimidade ao processo eleitoral. Consultados a respeito, na reportagem, os candidatos do PPS, Ciro Gomes, e do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disseram através de seus assessores, que abririam seus caixas de campanha à fiscalização pública.

Raiz da corrupção

“Fala-se muito neste problema, mas pouco se faz para evitá-lo. Todos sabemos que o financiamento das campanhas eleitorais está na raiz da corrupção. É ali que nascem os relacionamentos promíscuos entre agentes públicos e empreiteiros, prestadores de serviços e fornecedores do Estado, sem falar dos casos em que o próprio governo, seja federal, estadual ou municipal, é o principal financiador de determinado candidato chapa-branca. Algo tem que ser feito e com a maior urgência. Do contrário, continuaremos neste círculo vicioso de candidatos que se elegem graças ao poder econômico; depois de diplomados e empossados, fica muito difícil afastá-los”, reafirmou o candidato do PPS paranaense ao Palácio Iguaçu..

Voltar ao topo