Série especial da Tribuna

Crime entre facções, tráfico de drogas e furtos: as ‘pedras no sapato’ do Conseg Alto Boqueirão

Arredores do Parque Náutico. Foto: Albari Rosa / arquivo Gazeta do Povo.

Para quem mora na região Norte de Curitiba, talvez não saiba dizer onde fica exatamente o bairro Alto Boqueirão. O bairro faz limite com o Boqueirão, Xaxim, Sítio Cercado, Ganchinho e também com o município de São José dos Pinhais.

O Alto Boqueirão já foi região de muitas chácaras de hortifrutigranjeiros e de criação de gado. Por causa das grandes áreas de vegetação, era conhecido pela exuberante paisagem. Não é à toa que abraça parte do Parque Náutico e também abriga o Zoológico de Curitiba.

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No entanto, hoje a fama mudou. Infelizmente, o Alto Boqueirão virou sinônimo de criminalidade, com altos índices de furtos, roubos e crimes envolvendo o tráfico de drogas. Claudio Rossano Ritser, de 42 anos, é o presidente do Conseg da região – criado em abril do ano passado. “Estou há um ano e poucos meses nessa gestão. Ela aconteceu no meio de uma pandemia, o que dificultou o nosso trabalho, principalmente no ano passado. Nosso papel é estar junto do comércio, dos moradores, mas a pandemia atrapalhou um pouco”, revela o presidente.

A região fazia parte do Conseg Hauer e do Conseg Boqueirão, que chegaram a ser desativados durante um tempo. Há pouco tempo, os dois consegs foram unificados e um só, o Conseg Hauer Boqueirão, e voltaram a ativa.

Edicleia Martins, vice-presidente do Conseg, Cabo Azauri, Soldado Colaço Claudio Rossano Ritser, presidente do Conseg Alto Boqueirão. Foto: arquivo pessoal.

Violência em silêncio

Antes da segurança pública, que é um grande problema na região, a falta de relato por parte da população dificulta o trabalho do Conseg. Moradores e comerciantes deixam de procurar as polícias, de registrar Boletim de Ocorrência quando acontece alguma situação de roubo, furto, assalto, arrombamento. “Atrapalha nos índices. As forças policiais trabalham com estatísticas. Se não fizer B.O., não tem estatística. A gente tenta fazer esse trabalho de conscientização, para que as forças policiais trabalhe na nossa região também”, explica Claudio.

O tráfico de drogas e os problemas entre facções rivais prejudica muito a comunidade. “No ano passado, teve tiroteio no meio da rua, mortes. A população fica assustada. A gente nunca sabe quando isso pode acontecer e os tiros podem atingir alguém com nenhum tipo de envolvimento com o tráfico”, revela.

Primeira conquista da gestão

Outra dificuldade do Conseg são os furtos de ocasião, os que acontecem em pontos de ônibus ou em alguma via pública. “Por mais que a polícia passe ali, acontece bastante também”.

Para tentar diminuir a incidência dos crimes, o Conseg lutou para aumentar o patrulhamento policial e conseguiu uma viatura da Polícia Militar, que está disponível para atender a região. “É uma viatura próxima da gente. Quem está na viatura fica sabendo dos crimes pelos grupos de WhatsApp e tentam inibir o suspeito. Isso para nós tem sido uma grande conquista”, comemorou o presidente.

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Comunidade unida pelo celular

O WhatsApp tem sido uma excelente ferramenta para unir a comunidade e inibir crimes. São vários grupos de moradores em que a PM acaba fazendo parte também. “Facilita muito. Nós do Conseg somos voluntários, nem sempre fico com o Whats direto ali. O comerciante fala no grupo e a PM faz a abordagem, inibe, ajuda muito. É a nossa principal ferramenta”, revela.

Agora, a nova luta do Conseg Alto Boqueirão está em fazer com que os policiais também atendam com mais frequência durante a noite.

Quer participar do Conseg Alto Boqueirão?

Se você mora no Alto Boqueirão e quer participar das reuniões do Conseg, entre em contato com o conselho pela página do Facebook, ou pelo WhatsApp (41) 99676-6413.

Nas próximas reportagens, você vai saber mais detalhes sobre os problemas de cada região e como os presidentes dos conselhos estão trabalhando para revolver cada um deles. Fique de olho aqui na Tribuna!

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