Balança

Ao invés de emagrecer, dieta radical pode engordar após comilança do final de ano

Quem não conseguiu resistir ao peru, à farofa e ao tender; quem se jogou no arroz temperado, no espumante e na lasanha; quem abraçou com vontade o pavê, a torta e o pudim pode estar, agora que as festas de fim de ano estão acabando, com o típico peso na consciência que sentem os que cometeram o ato da gula.

Essa sensação, comum àqueles que não souberam como negar a tentação da comilança desenfreada, pode levar mesmo os seres humanos mais sensatos a dietas muito restritivas no pós-festança.

Mas é preciso ter cuidado porque, quando se trata de alimentação, o cenário perfeito quase nunca está nos extremos. De acordo com a nutricionista Kátia Terumi Ushiama, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, esse tipo de dieta pode ser uma grande cilada.

Acontece que, em vez de perder peso, quem entra em uma dieta restritiva de uma hora para outra pode sofrer o efeito contrário. Ficar muito tempo em jejum ou sem consumir determinados alimentos, como os carboidratos, faz com que o corpo entenda tudo errado.

Como explica Kátia, o organismo vai achar que precisa, de alguma forma, compensar a quantidade reduzida de alimentos que está recebendo.Essa mesma lógica não se aplica somente às dietas pós-fim de ano, mas também às famigeradas “dietas de segunda-feira”.

Tampouco, não adianta apelar para os programas de desintoxicação só porque você exagerou na ceia de réveillon. Emagrecer de verdade não aceita truques ou medidas drásticas – e leva tempo.

Logo, para voltar aos eixos, é preciso estabelecer uma rotina alimentar saudável. “O ideal é estabelecer um cardápio saudável durante o ano todo e não apenas em um período, uma vez que o organismo não se beneficia de dietas realizadas apenas em curto prazo“, diz a nutricionista.