A alergia ocular, que atinge cerca de 10% da população brasileira e acomete qualquer faixa etária, é frequentemente subestimada apesar de um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes.
Segundo a médica e Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Ocular da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Leda Sandrin, “a alergia ocular compreende um grupo heterogêneo de doenças imunológicas que afetam os olhos, ocorrendo devido a uma reação inflamatória na superfície ocular, envolvendo a conjuntiva, a córnea e as pálpebras”.
O principal sintoma é a coceira nos olhos, que pode variar de discreta a intensa. “A coceira nos olhos é o sintoma mais característico da alergia ocular, acompanhada de lacrimejamento, olhos vermelhos e inchados e sensibilidade à claridade”, explica a especialista.
Sinais e sintomas da alergia ocular
- Coceira
- Olhos vermelhos
- Lacrimejamento e secreção ocular clara
- Sensação de visão embaçada
- Sensação de corpo estranho nos olhos
- Sensibilidade à luz
- Inchaço das pálpebras
- Olhos doloridos ou sensíveis
- Presença de olheiras
Tipos de alergia
A especialista da ASBAI explica os tipos mais comuns de alergia ocular. Veja quais são:
Conjuntivite Alérgica Perene: Sintomas durante todo o ano, provocados por alérgenos domésticos como ácaros, epitélios de animais e mofos.
Conjuntivite Alérgica Sazonal: “Os sintomas aparecem em determinadas épocas do ano, durante a estação do pólen da primavera, principalmente na região sul do Brasil”, explica Sandrin.
Ceratoconjuntivite Vernal: Forma mais grave que acomete crianças e adolescentes em países de clima quente e seco, com risco de perda visual permanente.
Ceratoconjuntivite Atópica: Forma grave que afeta principalmente adultos, com associação à dermatite atópica em mais de 90% dos casos.
“Geralmente, a alergia ocular está associada à rinite, à asma e à dermatite atópica, mas também pode ocorrer isolada”, afirma a coordenadora. A rinite alérgica é a associação mais comum, caracterizando a rinoconjuntivite alérgica. “De uma forma geral, os pacientes percebem mais os sintomas nasais do que os oculares, negligenciando o tratamento”, alerta a especialista.
Principais causas e diagnóstico
A maioria dos casos de alergia ocular resulta de uma predisposição genética (atopia) do indivíduo em desenvolver alergia e da exposição a diversos fatores ambientais. Entre os principais aeroalérgenos estão ácaros, fungos, epitélios de animais e pólens.
O diagnóstico é baseado na história clínica e auxiliado por testes alérgicos que detectam a presença do anticorpo IgE específico, realizados no sangue ou na pele. Sandrin enfatiza que “a alergia ocular é muitas vezes é subestimada e nem sempre é detectada. Porém, é essencial que seja tratada de forma correta e com supervisão médica”.
O tratamento da alergia ocular está baseado em três pilares:
- Medidas preventivas
- Medicamentos para redução da inflamação
- Imunoterapia (vacina de alérgenos)
A especialista alerta sobre os perigos da automedicação: “É fato que muitas pessoas com alergia ocular tentam inicialmente se automedicar, podendo gerar efeitos adversos indesejáveis, como: catarata, aumento da pressão intraocular e maior suscetibilidade a infecções. Por isso, é importante seguir o tratamento adequado, sempre com orientação dos especialistas em Alergia e Oftalmologia”, conclui.
A ASBAI disponibiliza um e-book sobre alergia ocular, com mais informações sobre o tema. Faça o download gratuitamente.



